Ainda sem data para a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, os novos indicados para a diretoria do Banco Central começaram nesta segunda-feira o "corpo a corpo" com os senadores. O economista Paulo Picchetti e o servidor de carreira do BC, Rodrigo Teixeira, estão percorrendo corredores e gabinetes para se apresentarem e terem o primeiro contato com os parlamentares que precisam validar as indicações formalizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 11 deste mês.
Se aprovados, Paulo Picchetti será diretor do órgão na vaga aberta com o término do mandato de Fernanda Guardado, que chefia a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e Rodrigo Teixeira ficará com a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, na vaga que hoje é ocupada por Maurício Moura. Guardado e Moura encerram seus mandatos em 31 de dezembro deste ano.
Segundo apurou o <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo chegou a pedir que a sabatina fosse marcada para esta semana, mas a pauta do colegiado já estava bastante carregada. Além disso, não haveria tempo para o tradicional périplo dos indicados pela Casa. Para a próxima semana, o problema será o quórum, já que muitos parlamentares viajarão para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participarem da COP-28.
Internamente, o BC gostaria que a CAE marcasse a sabatina no máximo até primeira semana de dezembro, possivelmente no dia 5. Isso evitaria que os indicados precisassem falar sobre política monetária na semana do último encontro do Copom em 2023, nos dias 12 e 13 do próximo mês.
A partir do dia 6 até a publicação da ata da reunião, em 19 de dezembro, a diretoria da autarquia estará em período de silêncio.
A expectativa é de que o processo de sabatina na CAE e aprovação tanto na comissão quanto no plenário do Senado seja tranquilo, a exemplo do que ocorreu com os dois primeiros indicados pelo atual governo para a diretoria do BC. Os diretores de Política Monetária, Gabriel Galípolo, e de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, não enfrentaram grandes percalços para serem validados pelos parlamentares no começo de julho.