Em alta firme pelo segundo dia consecutivo, o Índice Bovespa fechou nesta quarta-feira, 27, com ganhos de 2,63% e atingiu 54.477,78 pontos, maior patamar desde 25 de maio de 2015. O volume de negócios foi o maior da semana até agora, totalizando R$ 8,31 bilhões. Mais uma vez, a alta da bolsa brasileira foi comandada por ações de empresas ligadas a commodities.
O novo rali no mercado de ações aconteceu em meio a uma agenda interna e externa variada e significativa. A reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), as especulações em torno de nomes para o ministério de um eventual governo Michel Temer e o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) estiveram no radar durante todo o dia.
A reunião do Fed não trouxe surpresas quanto à manutenção dos juros básicos da economia americana. O BC dos EUA retirou do comunicado a palavra “riscos” no que diz respeito às economias globais, num indicativo de que está disposto a voltar a elevar os juros. No entanto, disse “não ter pressa” para promover o aperto monetário. A leitura dos mercados, nesse caso, foi de que uma alta de juros nos EUA provavelmente ficaria para o segundo semestre. Apesar das sinalizações mistas, o mercado de ações reagiu positivamente e a Bovespa renovou sucessivas máximas até os últimos minutos de negociação.
Analistas afirmam que parte da nova puxada do Ibovespa se deve à recuperação dos preços do petróleo, que hoje fecharam nas máximas do ano. Os contratos futuros novamente reagiram à expectativa de redução da oferta global da commodity. Na Nymex, o WTI para junho fechou com alta de US$ 1,29 (2,93%), a US$ 45,33 por barril, e na ICE o Brent para mesmo mês subiu US$ 1,44 (3,15%), para US$ 47,18 por barril.
A alta do petróleo melhorou o apetite por risco no mercado internacional e deu novo impulso aos ativos de países emergentes e exportadores de commodities. As ações da Petrobras, diretamente influenciadas pela recuperação dos preços da commodity, terminaram o dia com valorização de 4,85% (ON) e de 6,00% (PN).
O outro incentivo para as ordens de compra de ações foi o cenário político, que vai aos poucos desenhando os contornos de um novo governo. O mercado já trabalha com o dia 11 de maio como data do afastamento da presidente Dilma Rousseff e já tem como quase certo o nome de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda do governo Michel Temer. Com isso, os investidores promovem um novo ciclo de otimismo, mais uma vez comandado pelos investidores estrangeiros, os principais compradores.