Economia

Índios fazem protesto na Áustria contra hidrelétrica no rio Tapajós

Um grupo de 50 ativistas e representantes da etnia munduruku realizaram nesta quarta-feira, 30, um protesto em frente ao Congresso da cidade de Graz, na Áustria, onde acontece a reunião anual da empresa Andritz, uma das maiores fabricantes de equipamentos para hidrelétricas.

O protesto apoiado pela organização Greenpeace pediu que a companhia não apoie a construção da usina de São Luiz do Tapajós, uma mega hidrelétrica prevista para ser construída no Rio Tapajós, em uma região completamente preservada da Amazônia.

A réplica de uma barragem foi erguida no local. Representantes do povo munduruku seguraram faixas com a mensagem “Andritz, não mate o rio Tapajós”. A manifestação, segundo ele, é uma resposta ao interesse da empresa em participar da construção da hidrelétrica.

O projeto é uma ambição antiga do governo, que tenta leiloar a usina há quatro anos, mas enfrenta forte resistência, devido aos seus fortes impactos ao meio ambiente e também a terras indígenas. Para erguer a barragem, cerca de 400 quilômetros quadrados teriam que ser derrubados.

A Andritz é uma das fornecedoras de equipamentos da hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu, no Pará. O Tapajós ainda não foi atingido por nenhuma barragem. São Luiz seria a primeira usina neste que é um dos principais afluentes do rio Amazonas.

Por meio de nota, a Andritz Hydro informou que “respeita rigorosamente o meio ambiente em todas as suas instalações bem como nos projetos hidrelétricos que participa”. A Andritz declarou que não é responsável pela construção de usinas hidrelétricas e sim pela fabricação de equipamentos como turbinas e geradores.

“A Andritz irá decidir se participa do projeto São Luiz dos Tapajós somente quando houver uma consulta oficial. Caso ocorra essa consulta, a Andritz avaliará em primeiro lugar todas as comprovações necessárias que deverão ser cumpridas e em especial as exigências ambientais, sociais e culturais”, declarou a empresa.

O projeto de São Luiz, estimado em mais de R$ 30 bilhões, atualmente é estudado por um grupo de empresas formado por Eletrobras, Eletronorte, GDF Suez, EDF, Neoenergia, Camargo Corrêa, Endesa Brasil, Cemig e Copel.

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