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Indústrias extrativas e de alimentos puxam recuo na produção industrial em janeiro, mostra IBGE

As perdas registradas nas indústrias extrativas (-6,3%) e nos produtos alimentícios (-5,0%) em janeiro ante dezembro explicam o desempenho negativo da produção industrial nacional no período. Na média global, a indústria encolheu 1,6% na passagem de dezembro para janeiro. Porém, houve avanços em 18 dos 25 ramos pesquisados. Apenas seis atividades recuaram, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"As extrativas e os alimentícios vinham de resultados positivos em meses anteriores", lembrou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

Enquanto as indústrias extrativas vinham de um ganho acumulado de 6,7% nos últimos dois meses de 2023, os produtos alimentícios somavam seis meses de avanços consecutivos, com alta de 11,3% acumulada na produção no período.

"No mês de janeiro, os dois principais produtos das extrativas mostraram perdas: minério de ferro e petróleo", contou Macedo. No caso de alimentos, a queda foi puxada pela menor produção de açúcar.

Outras contribuições negativas relevantes para a média global da indústria em janeiro ante dezembro partiram dos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).

Na direção oposta, entre as dezoito atividades em expansão, as altas mais relevantes ocorreram em produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%).

André Macedo explica que as quatro atividades que registraram retração na produção em janeiro ante dezembro respondem juntas por cerca de um terço de toda a indústria brasileira.

O peso das indústrias extrativas é de cerca de 15% na PIM-PF; o de alimentícios, também 15%; o de vestuário, cerca de 1,5%; e de têxteis, 1,5%.

"Extrativas e alimentícios têm quedas muito superiores à média da indústria em janeiro. A gente tem 30% da indústria com essas duas atividades", reforçou Macedo. "As quatro juntas (incluindo vestuário e têxteis) respondem por cerca de 33%."

<b>Comparação com janeiro de 2023</b>

A maior fabricação de derivados do petróleo, produtos das indústrias extrativas e alimentos ajudou a puxar a alta de 3,6% na produção industrial em janeiro de 2024 ante janeiro de 2023. Foi o sexto mês seguido de crescimento, com a alta mais intensa desde junho de 2021 (12,1%), segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE.

Houve expansão em 17 dos 25 ramos industriais investigados em janeiro de 2024 ante janeiro de 2023. O IBGE frisou que janeiro de 2024 teve o mesmo número de dias úteis que igual mês do ano anterior.

As principais influências positivas partiram de derivados do petróleo e biocombustíveis (9,1%), indústrias extrativas (6,5%) e produtos alimentícios (3,8%). Houve contribuições positivas relevantes também de produtos químicos (5,2%), bebidas (10,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,1%), produtos de madeira (16,1%), metalurgia (2,9%), outros equipamentos de transporte (6,9%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (6,8%), impressão e reprodução de gravações (14,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,1%).

Na direção oposta, entre as oito atividades com redução na produção, a perda de 21,9% verificada em produtos farmoquímicos e farmacêuticos exerceu a maior influência negativa, puxada pela menor produção de medicamentos.

Outros impactos negativos importantes foram os de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-7,9%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,6%).

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 44,6% em dezembro para 49,8% em janeiro, o maior da série histórica iniciada em janeiro de 2023, após a última reformulação da pesquisa, que acrescentou mais itens investigados, ressaltou André Macedo, gerente do IBGE.

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