Opinião

Indústria de carros espera se recuperar ainda este ano


O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse nesta segunda-feira estar otimista com relação ao desempenho das vendas da indústria automotiva para os próximos meses. A posição se baseia justamente à queda da taxa de juros, aliada ao pleno emprego e ao aumento da renda, fatores que deverão começar a impactar as vendas do setor nos próximos meses.


A declaração é bastante corajosa, ainda mais quando se leva em consideração que houve queda de 3,4% das vendas de veículos no país no acumulado de janeiro a abril. Nunca é demais lembrar que a indústria automobilística causa impactos diretos na economia, em toda a cadeia produtiva. Quando as vendas de autos vai mal, invariavelmente, os reflexos – até na geração de emprego – são quase que imediatos.


O mandatário da Anfavea insiste na projeção de crescimento em torno de 4% nas vendas em relação ao ano passado até o fim de 2012. Só que para tanto, o trabalho dos fabricantes e concessionários deve ser árduo, já que – com a queda no primeiro quadrimestre – para manter as projeções precisará obter um crescimento acima da média.


Outro tema que envolve diretamente a indústria automobilística e que vem mexendo com o mercado é a inadimplência do setor automotivo, que em março atingiu 5,7%. Para a Anfavea, a situação estaria sob controle, já que esta taxa fica abaixo da inadimplência agregada, de 7,4%, e se referem a concessões de crédito realizadas há dois anos. Os novos contratos estão sendo feitos com base em novos e mais rigorosos critérios de avaliação de crédito, o que acaba tornando os processos mais seletivos, refletindo-se diretamente nas vendas.


Tanto que o total de crédito – novas concessões neste ano – para aquisição de veículos atingiu R$ 201,3 milhões, o que representa uma expansão de 6% sobre igual período do ano passado, em um sinal que os financiamentos concedidos neste momento estão mais fortalecidos, com possiblidade menor de inadimplência crescente nos próximos meses.

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