O feriado da Consciência Negra está chegando. Na próxima segunda-feira, dia 20, comemora-se Zumbi dos Palmares, o último líder do maior dos quilombos do período colonial. A data foi incluída no calendário escolar nacional em 2003 e em 2011 a Lei 12.519 instituiu oficialmente a data como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Porém, entidades ligadas ao setor produtivo questionaram na Justiça a legalidade de mais um feriado no calendário.
Em Guarulhos, o dia 20 é feriado, o que se repete em mais de mil cidades brasileiras, e para além das discussões acerca do preconceito racial, que são tão necessárias à sociedade brasileira, a indústria questiona o prejuízo de mais uma paralisação em seus processos.
Para Antonio Roberto Marchiori, diretor-titular em exercício do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional Guarulhos, não cabe mais a discussão sobre a constitucionalidade do feriado, já declarada legal pelo Judiciário, mas sobram contas para se pagar quando há interferência no processo fabril.
“Os prejuízos são muitos, pois há interrupção de linhas de produção e as empresas que optem por trabalhar aumentam seus custos e isto é inconcebível neste momento”, aponta o diretor, que se diz contra qualquer tipo de preconceito ou intolerância.
“A valorização do ser humano deve ser sempre uma pauta positiva, independentemente de cor, raça, crença ou identidade de gênero; atitudes de preconceito e intolerância não podem ser mais admitidas em nossa sociedade”, concluiu Marchiori.
Não haverá expediente no Ciesp e as empresas associadas estão orientadas a cumprirem a decisão judicial de não trabalhar neste dia. Para os funcionários e associados da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE), a orientação é a mesma. “O dia 20 de novembro é feriado em Guarulhos e a ACE cumpre a legislação. Não haverá expediente na associação neste dia”, disse seu presidente William Paneque.
A Associação entende que é justa a homenagem a Zumbi dos Palmares e defende que a conscientização contra o racismo seja cada vez maior sem, contudo, apontar as perdas para o comércio e as empresas. Para Paneque, o calendário de feriados no país é extenso demais para o setor produtivo, com o agravante do momento econômico difícil.
