A indústria paulista demitiu 20,5 mil trabalhadores em outubro (-0,83% ante setembro, com ajuste sazonal) e acumula saldo negativo de 159 mil cortes nos dez primeiros meses de 2015, segundo informou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado no acumulado do ano já supera o de todo o ano de 2014, quando os cortes somaram 128 mil. Na comparação com outubro de 2014, são 237,5 mil vagas a menos.
“Os números continuam caindo num plano de inclinação constante, a uma taxa de 20 mil a 25 mil empregos por mês. E a nossa previsão de chegar perto de 250 mil empregos a menos parece que vai se cumprir”, afirmou, em nota, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini. Segundo ele, 2015 será o pior ano da série histórica da pesquisa.
Na passagem de setembro para outubro, dos 22 setores avaliados pela Fiesp 16 informaram eliminação de vagas, quatro se mantiveram estáveis e dois relataram contratações.
A indústria de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, demitiu 3.762 trabalhadores, liderando o fechamento de vagas. Já a de veículos automotores, reboques e carrocerias fechou 3.536 vagas.
Na contramão, a indústria de celulose, papel e produtos de papel admitiu 233 trabalhadores e o de produtos de borracha e de material plástico abriu 158 vagas.
O Depecon sonda o emprego em 36 regiões paulistas. Em setembro, 29 tiveram demissões, quatro contrataram e três se mantiveram estáveis. A região de Diadema foi o destaque entre as perdas de emprego, com variação negativa de 4,26%, seguida por Santo André (-3,86%) e Taubaté (-3,25%). Já entre os ganhos, destaque para a região de Franca (0,39%), Marília (0,33%) e Cotia (0,31%).