Os setores da indústria brasileira que compram aço como matéria-prima para seus produtos foram surpreendidos pelo anúncio da intenção do governo de elevar a alíquota de importação do insumo, de uma faixa que vai de 8% a 14% para algo entre 15% a 20%. Diante disso, 12 entidades nacionais se reuniram na manhã desta quarta-feira, 25, para discutir a medida e planejar uma ação para impedi-la.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastorza, disse na sede da entidade, em São Paulo, que soube da intenção do governo pela imprensa e imediatamente ligou para o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Armando Monteiro, na quinta-feira passada. O ministro disse a ele que nada estava decidido, mas que tudo seria definido em oito dias, ou seja, até a próxima sexta-feira.
Com pouco tempo hábil para pressionar o governo contra o aumento, Pastoriza mandou uma carta para a presidente Dilma Rousseff, na qual faz críticas à medida. Em seguida, enviou a carta a outros ministros da área econômica e para lideranças de outras entidades de indústrias que consomem aço. Pastoriza recomendou às entidades que façam suas próprias cartas e as divulguem.
O presidente da Abimaq afirmou também que, como o governo pretende resolver esta questão nesta semana, não terá tempo para marcar reuniões com os ministros, que precisam de mais antecedência para marcar encontros. A saída encontrada por ele e pelas demais entidades foi convocar uma coletiva de imprensa para manifestar a insatisfação com o aumento da alíquota. Eles criticam a medida porque teriam de pagar mais caro pelo aço que importam, justamente em um ano de crise econômica.