O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Equador avançou 0,84% em abril, quase o dobro da taxa mensal anterior, elevando a alta em 12 meses para 4,32%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censo. A taxa para os 12 meses até abril ficou acima da meta oficial de inflação para todo o ano de 2015, de 3,9%. Em abril de 2014, o CPI avançou 3,23% no ano e 0,30% no mês.
A alta no CPI em abril foi puxada pelos aumentos em alimentos e bebidas não alcoólicas, bem como no setor de transportes. Economistas dizem que novas tarifas de importação para todos os produtos importados, que entraram em vigor em março, também pressionaram os preços ao consumidor. O economista Juan Rivadeneira, da consultoria privada Profitas, disse que a sobretaxa de entre 4% e 45% em 2.800 itens importados está “mostrando seus efeitos com uma reação em cadeia”.
A ex-ministra das Finanças Magdalena Barreiro afirmou também que a falta de alguns produtos é outro fator a pressionar a inflação.
A queda nos preços do petróleo e o dólar mais forte prejudicam a economia equatoriana. Com isso, o governo planeja alterar sua projeção macroeconômica para este ano em seu orçamento fiscal.
O governo do presidente Rafael Correa já cortou a estimativa para os preços do petróleo de US$ 79,7 o barril para US$ 40 o barril neste ano. O preço do petróleo equatoriano já recuou quase 58%, de US$ 97,95 o barril em fevereiro de 2014 para cerca de US$ 41 em fevereiro do atual ano. O setor de petróleo gera cerca de um quarto da receita total do governo e cerca de metade das exportações do país.
“Eu acho muito difícil que o Equador tenha uma taxa de inflação abaixo de 5% neste ano”, disse Rivadeneira.
A economia equatoriana cresceu 3,8% no ano passado. Para este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta 1,9%. Fonte: Dow Jones Newswires.