A inflação de serviços ficou em 0,12% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro ante 0,37% em outubro, informou nesta sexta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA cheio desacelerou de 0,42% em outubro para 0,28% em novembro.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, os preços das passagens aéreas explicam o arrefecimento da inflação de serviços em novembro.
O item ficou 10,03% mais barato de outubro para novembro. No ano, a queda dos preços de passagens aéreas está em 15,69%, embora a variação em 12 meses, que considera os preços de dezembro de 2016, esteja positiva em 6,48%.
Quedas nos preços dos bilhetes das companhias aéreas são normais em novembro, disse Gonçalves, lembrando que, em dezembro e janeiro, os preços sobem, por causa da demanda maior nas férias.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços desacelerou de 4,88% em outubro para 4,57% em novembro. A demanda contida explica o movimento, segundo Gonçalves. “O processo econômico faz com que a demanda fique mais enfraquecida”, afirmou o pesquisador.
Black Friday
Gonçalves também viu efeitos das promoções da Black Friday no IPCA de novembro, na medida em que a data importada do varejo dos Estados Unidos vem se popularizando. As promoções explicariam o recuo 0,45% no grupo Artigos de residência no IPCA de novembro. Segundo o pesquisador do IBGE, os eletrodomésticos ficaram mais baratos.
Na contramão, os preços monitorados registraram alta de 1,32% no IPCA de novembro, acima do 0,98% de outubro. O destaque foi a conta de luz, que subiu 4,21% em novembro, especialmente por causa da aplicação da bandeira vermelha, nível 2, que implica cobrança adicional de R$ 5,00 por cada 100 quilowatt/hora, lembrou Gonçalves.
No acumulado em 12 meses, a inflação de monitorados acumulou alta de 7,76%, o dobro dos 3,30% registrados em 12 meses até junho.