Economia

Inflação persiste em serviços e preços administrados, diz ata do Copom

A ata do Copom divulgada na manhã desta quinta-feira, 29, voltou a dizer que os dados conhecidos até o momento indicam que os preços continuarão altos, em especial no setor de serviços, entre os administrados e por causa de choques de oferta.

A análise do comitê no trecho “Evolução recente da economia” do documento foi feita depois que o colegiado listou o comportamento dos diferentes índices de inflação conhecidos até o dia da reunião que manteve a taxa básica de juros em 14,25% ao ano.

“Em síntese, as informações disponíveis sugerem certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados e choques temporários de oferta no segmento de alimentação e bebidas”, escreveram os diretores.

Eles observaram que a inflação medida pela variação do IPCA foi de 0,54% em setembro, 0,32 ponto porcentual acima da registrada no mês anterior. Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses atingiu 9,49% em setembro (6,75% em setembro de 2014), com os preços livres aumentando 7,48% (7,17% em setembro de 2014), e os administrados, 16,35% (5,32% em setembro de 2014).

Especificamente sobre preços livres, a ata trouxe que os de itens comercializáveis aumentaram 6,41% em doze meses até setembro (6,86% em setembro de 2014), e os de não comercializáveis, 8,38% (7,46% em setembro de 2014).

Os diretores ressaltaram ainda que os preços no segmento de alimentação e bebidas aumentaram 10,04% em doze meses até setembro (8,21% em setembro de 2014), e os dos serviços, 8,13% (8,59% em setembro de 2014).

Estratégia

O BC retirou da ata do Copom trecho em que afirmava que os avanços alcançados no combate à inflação indicavam que a estratégia de política monetária estava na direção correta. Na ata divulgada hoje, essa avaliação foi suprimida como também a análise de que havia sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo.

Como o esperado, o Copom retirou a hipótese de convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% em 2016. Nesse contexto, não fala mais no documento dos riscos de desvios significativos para a convergência da meta.

O documento também não traz mais o trecho em que afirmava que certos riscos remanescentes para que as projeções de inflação do Copom atinjam com segurança o objetivo de 4,5% no final de 2016 são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da ação de política monetária.

O BC afirma a necessidade de se manter vigilante para assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas e a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante. Esse prazo para efeitos de política monetária é de 24 meses. Ou seja, o centro da meta só deve ser atingido ao final de 2017.

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