A inflação de 3,15% na capital paulista, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) de 2023, foi a menor desde 2018 (3,02%), afirma o coordenador do indicador, Guilherme Moreira. Em 2022, a inflação na cidade de São Paulo medida pela Fipe foi de 7,32%.
Conforme divulgou a fundação pela manhã, o índice subiu 0,38% em dezembro, após alta de 0,43% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do Projeções Broadcast, de 0,50%, e da taxa esperada pela própria Fipe, de 0,52%.
A surpresa baixista, segundo Moreira, ocorreu pelo início da gratuidade na passagem de ônibus aos domingos na cidade de São Paulo. "O preço da passagem não caiu, mas, na prática, é como se tivesse caído. Você deixou de fazer a cobrança em um dia da semana, e isso reflete no poder de compra das famílias, que é captado pelo IPC", explica.
A abertura de transporte coletivo do IPC-Fipe encerrou dezembro com queda de 3,19%, o que puxou para baixo o resultado do grupo transporte no mês (-1,15%, ante alta de 0,02% em novembro).
As demais aberturas, porém, vieram sem surpresas, segundo Moreira. Ele destaca as acelerações já esperadas para habitação (-0,01% para 0,12%), como efeito da pressão de energia elétrica, e de alimentação (1,17% para 1,64%), na esteira do aquecimento da demanda no período e dos efeitos das ondas de calor sobre a produção de itens <i>in natura</i>.
O coordenador destaca que a inflação relativamente baixa de 2023 deve levar a uma menor inércia em 2024, resultando em reajustes menos intensos de alguns preços administrados, como cursos de educação e planos de saúde.
<b>Projeções</b>
Moreira projeta, por ora, alta de 0,60% para o IPC-Fipe de janeiro. Para 2024, a projeção inicial é de 4,2%.
"Deve ser uma inflação parecida com a de 2023, com uma pressão um pouco maior de alimentos, mas variações menores em saúde e educação", afirma o coordenador.