A Argentina reportou na quinta-feira, 13, que a inflação de maio subiu 4,2%, a taxa mensal mais baixa em mais de dois anos, consolidando a desaceleração no nível de preços sob a gestão de Javier Milei. Enquanto isso, a inflação em 12 meses marcou 276,4% e acumula 71,9% no ano, segundo o levantamento do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
A última vez que o país sul-americano registrou uma taxa mensal mais baixa foi em janeiro de 2022 (3,8%). "Se aprofunda o processo de desinflação iniciado em 2024", destacou no X, anteriormente Twitter, o ministro da Economia, Luis Caputo, na primeira reação oficial após a divulgação do dado.
"A dinâmica dos preços voltou a ficar abaixo do esperado pelo consenso dos analistas participantes do Relevamento de Expectativas de Mercado (REM) do BCRA (Banco Central da República Argentina)", acrescentou, referindo-se ao estudo que conta com a participação das principais consultorias econômicas do país.
Caputo também destacou que a variação interanual evidencia "a primeira desaceleração" desde julho de 2023. Milei, um economista ultraliberal, assumiu em dezembro com uma inflação de 25,47%, resultado da herança do governo anterior de centro-esquerda de Alberto Fernández (2019-2023) e das suas primeiras medidas de ajuste, que incluíram uma desvalorização do peso de 54% e uma desregulamentação das tarifas de serviços que disparou o índice de preços.
A partir de janeiro (20,61%), a desaceleração continuou em fevereiro (13,2%), março (11%) e abril (8,8%).
A consultoria C&T Asesores Económicos atribuiu a forte desaceleração no quinto mês do ano a "menores ajustes em preços regulados" (como serviços públicos), que em maio aumentaram 4%, a menor taxa desde abril de 2022. Também destacou uma desaceleração da inflação núcleo – não inclui serviços nem produtos sazonais – que passou de 6,3% para 3,7%, "sendo a menor desde janeiro de 2022". No entanto, os primeiros levantamentos de preços da C&T em junho preveem uma inflação "superior" devido aos ajustes em eletricidade e gás.
Enquanto Milei atribui a desaceleração da inflação ao corte de gastos e ao freio na emissão monetária, analistas e opositores alertam que isso se deve a uma queda brusca da atividade econômica e do consumo a níveis semelhantes à devastadora crise do início do século.
O Estimador Mensal da Atividade Econômica (EMAE), também publicado pelo Indec, revelou que no primeiro trimestre do ano a economia encolheu 5,3%. Enquanto isso, as vendas no varejo caíram 7,3% anual em maio e acumulam uma queda de 16,2% nos primeiros cinco meses do ano, segundo um relatório da Confederação Argentina da Média Empresa (Came). Fonte: <i>Associated Press</i>.