Opinião

Informação, o bem maior de uma administração pública

Com uma semana de novo sistema de transporte público em vigor em Guarulhos, não soa estranha a reprovação inicial por parte da população. Óbvio que é cedo demais para avaliar mudanças tão complexas, que visam modernizar um considerado ultrapassado sistema construído, aos pedaços, ao longo de décadas.  Porém, por meio da opinião das pessoas nas ruas, confirmadas em centenas de postagens de internautas em relação às reportagens do Guarulhos Hoje publicadas no portal GuarulhosWeb, dá para perceber que as mudanças, como foram feitas, acabaram reprovadas.


 


Não dá para dizer que a Prefeitura, por meio da Secretaria de Transportes e Trânsito, após dois anos de planejamento, estudos, licitações, entre outras ações, errou ao implantar o novo sistema, que tem como uma dos maiores benefícios, a possibilidade de utilização do Bilhete Único, durante duas horas, em quantas viagens forem necessárias. Mas, muito mais do que isso, há grande complexidade que envolve em todo o sistema, que previu mudanças de linhas, de trajetos, de veículos, de operadores.


 


Infelizmente, por algumas questões políticas, principalmente pela ausência de ações práticas da parte dos últimos prefeitos, principalmente nos oito anos anteriores, quando o ex-chefe do Executivo, Elói Pietá, do mesmo PT de Sebastião Almeida, nada fez para que os transportes em Guarulhos evoluíssem. Desta forma, tudo começa do zero, o que é bastante complicado em um município de grande extensão territorial, ondem habitam mais de 1,2 milhão de pessoas. Junte-se a isso alguns erros cometidos pela atual gestão ao longo do processo, que permitiram ações judiciais, com as quais é necessário conviver agora.


 


Diante de tanta complexidade, surgiu o grande e injustificável erro da atual administração municipal: a Prefeitura foi incompetente na divulgação das mudanças. Era de se esperar um grande trabalho de comunicação, que poderia ser realizado por custos muito infreriores aos dispendidos nas campanhas publicitárias em exibição na Rede Globo e outras grandes emissoras. Os próprios ônibus poderiam ter servido como importantes canais de informação.


 


Ações simples como a afixação de cartazes sobre as mudanças que seriam implantadas nos 30 dias que antecederam o lançamento do novo sistema, por exemplo, faria com que os passageiros que utilizavam aquele trajeto fossem assimilando as alterações. Outro tipo de comuncação barata seria a distribuição de panfletos com os novos itinerários nos pontos de grande concentração e também nos coletivos. Ações simples que parecem banais.


 


Sexta-feira passada, com o objetivo de preparar uma reportagem especial como forma de, gratuitamente, ajudar os leitores, a reportagem do Guarulhos Hoje buscou esse tipo informação junto aos assessores da Prefeitura mas ouviu  uma resposta que se tornou comum: “o jornal está qauerendo saber demais. São questões muito complexas que não podem ser obtidas de uma hora para outra”. Não. Não era o jornal que queria saber demais. Era a população que precisava saber o mínimo necessário para evitar tantos transtornos. Agora, é tentar reverter a opinião pública.


 

Posso ajudar?