Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, a diretoria da Câmara Municipal se mostrou convencida de que a sabotagem do sistema de informática, que implicou na perda do banco de dados com informações da Diretoria de Plenário, no período de maio a dezembro de 2010, partiu de funcionários lotados na Casa. Mesmo diante da suspeita a presidência optou por não denunciar o caso a polícia. No primeiro momento, anunciou a instauração de uma Comissão de Sindicância para investigar.
"Essa não foi uma ação acidental, o sistema não foi invadido. Trata-se de uma ação própria e deliberada de quem tinha acesso ao departamento de informática com o objetivo claro de criar dificuldades para vender facilidades. Pode ter ocorrido a tentativa de algumas pessoas se manterem no cargo, usando dessa situação", resumiu o secretário de Assuntos Institucionais, Sérgio Luiz Deboni.
De acordo com o secretário, a perda do banco de dados foi identificada após a realização da última sessão do ano, no dia 27 de dezembro, na qual foram aprovados os projetos de revisão do Imposto Predial, Territorial e Urbano (IPTU) e o que fixou o orçamento municipal para o exercício financeiro de 2011.
"Inexplicavelmente após a sessão nenhum funcionário conseguia acessar os projetos e suas tramitações. Durante pouco mais de um mês fizemos uma varredura no sistema, com o auxílio de técnicos da Prefeitura, funcionários da gestão anterior e da empresa responsável pelo software (Grupo Giap) e encontramos back up com dados até maio de 2010", explicou.
Deboni acrescentou que, curiosamente, após o presidente anunciar a abertura de uma sindicância para apurar o caso, na manhã da última quinta-feira, dados até o mês de novembro reapareceram. Ele descartou boicote da gestão anterior e eximiu o ex-presidente do Legislativo, Alan Neto (PSC), de qualquer responsabilidade sobre o ocorrido, bem como a empresa fornecedora do software.
Em 2009, Alan Neto fez uma grande modernização no sistema de informática, onde foram gastos mais de R$ 700 mil somente com a compra de equipamentos e mais R$ 2,7 mi num contrato com o grupo Giap, fornecedora do software de gerenciamento da Casa. "Não faria sentido ele boicotar tudo o que construiu. Essa ação é de autoria de pessoas que tinham acesso ao sistema", argumentou.