Isso irá ocorrer após a estatal transferir aos consórcios vencedores do leilão de fevereiro a administração dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília.
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A Infraero abriu em agosto um Programa de Demissão Voluntária (PDV), cuja meta é a adesão de 1.450 dos 2.900 trabalhadores que atuam nos três aeroportos. Até agora, porém, apenas 160 aceitaram as condições oferecidas para deixar a empresa.
De acordo com Eirado, se houver recursos no orçamento da estatal, em 2013 o PDV pode ser estendido para o restante dos funcionários e, então, a meta de desligamentos pode subir a até 2.900 pessoas, o equivalente a 20,4% dos trabalhadores da Infraero, que hoje são 14,2 mil.
"Depois de algum tempo, a ideia é expandir [o PDV] para a empresa toda. Aí, poderíamos demitir até 2.900 funcionários", disse o diretor.
O plano de demissão oferece aos empregados pagamento de 1,2 salário por ano de trabalho, até o limite de R$ 250 mil, dependendo do prazo restante até a aposentadoria.
Mais cedo, a Infraero havia informado que 580 de seus 2.900 funcionários que atuam nos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília não seriam aproveitados pelas concessionárias que estão assumindo a administração dos terminais.
Em Campinas, 265 dos 915 empregados não vão se transferir para a concessionária; em Guarulhos, 203 dos 1.270 trabalhadores. Já em Brasília, 112 de um total de 390 funcionários vão deixar de atuar no aeroporto.
Segundo Eirado, boa parte dos trabalhadores optaram por permanecer nos quadros da Infraero. Aqueles que aceitaram se transferir para a concessionária, vão ter estabilidade de cinco anos no cargo, com data limite de 31 de dezembro de 2018. Além disso, vão receber 1,2 salário por ano de atividade na Infraero.
O acordo prevê ainda a possibilidade de o trabalhador suspender o contrato com a Infraero por um período de 18 meses, para experimentar o trabalho na concessionária, com possibilidade de voltar ao quadro da estatal após este prazo.
Já os funcionários da Infraero nesses três aeroportos que permanecem na estatal, podem ser transferidos para outros locais.
O leilão dos terminais de Guarulhos, Campinas e Brasília aconteceu no dia 6 de fevereiro e rendeu ao governo R$ 24,5 bilhões, ágio total de 347% considerando o valor mínimo de R$ 5,477 bilhões que o governo pedia pelos três aeroportos.
O aeroporto de Guarulhos foi arrematado pelo consórcio Invepar (composto pela Invepar Investimentos e Participações e Infraestrutura, com participação de 90%; e operadora Airport Company South Africa, com 10%), por R$ 16,213 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A concessão de Viracopos, em Campinas, ficou com o consórcio Aeroportos Brasil (45% pela Triunfo Participações e Investimentos; 45% da UTC Participações; e 10% da Egis Airport Operation, da França), que ofereceu R$ 3,821 bilhões, um ágio de 159,75%.
Já o terminal de Brasília ficou com o consórcio Inframérica Aeroportos (50% da Infravix Participações e 50% da Corporación America, da Argentina), R$ 4,501 bilhões, com ágio de 673,89%.
Esses três consórcios serão sócios majoritários, com 51%, em Sociedades de Propósito Específico (SPE), criadas para administrar os aeroportos – os outros 49% ficam com a Infraero, que será parceira das empresas.