O Festival de Cinema de Tribeca, que acontece em Nova York, entre 7 e 18 de junho, anunciou que os ingressos VIP deste ano serão em formato NFT (sigla em inglês para Non-Fungible Token, ou "token não fungível"). A tecnologia com base em blockchain é conhecida por impedir que bens digitais sejam reproduzidos.
A venda acontece por meio da OKX, empresa especializada em criptomoedas e também conhecida por patrocinar marcas esportivas, como a Premier League, o clube Manchester City e a equipe McLaren de Fórmula 1. "O Tribeca Festival sempre esteve na vanguarda da interseção entre tecnologia e criatividade, e é justo que o passe VIP deste ano venha na forma de um NFT exclusivo", afirmou em nota Jane Rosenthal, uma das cofundadoras do festival.
O passe exclusivo oferece acesso a áreas privativas, exibições especiais, festas e à cerimônia de premiação, para convidados, com os cofundadores Robert De Niro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff. Na avaliação de Sérgio Fernandes, especialista em NFT e estratégias digitais, era de se esperar que as soluções com base em blockchain fossem ser incorporadas a eventos de referência.
"Como o NFT é irreproduzível – ou seja, se tenho um, você não pode ter o mesmo -, funciona muito bem para a comercialização de ingressos", diz o especialista. E, enquanto bilhete comum pode ser falsificado, as transações em NFT são registradas em um livro de registro em blockchain, permitindo a validação dos organizadores, praticamente impedindo a falsificação.
<b>Dúvidas</b>
Parte dos consumidores ainda se mantém refratária à ideia de aderir aos NFTs. Para Fernandes, a opinião majoritária deve mudar com o tempo. "Nos próximos anos, acredito que veremos mais usos desse tipo", sinaliza.
No Brasil, experiências com a tecnologia vêm sendo feitas. Em sua Última Sessão de Música, turnê de despedida dos palcos, Milton Nascimento vendeu 400 ingressos neste formato – por R$ 1.200 reais cada. Neles, estavam contidas uma cópia do desenho feito por ele e que estampou o álbum Geraes, de 1976, e a garantia de acompanhar a estreia da turnê, que aconteceu no Rio.
Quem adotou este novo formato de vendas é a banda Capital Inicial. Comemorando 40 anos em sua nova turnê, o grupo aposta em vários tipos de ingresso – do comum, que garante a pré-venda, até o legendário, que garante o Meet & Greet em uma área reservada.
Com uma moeda própria chamada MIINs, a plataforma permite ações de engajamento com direito a resgate de benefícios. Além disso, os usuários terão acesso a um metaverso dedicado à obra da banda, que está em expansão. Através dele, os fãs acompanham os shows de qualquer parte do mundo, ao vivo.
<b>Proximidade</b>
Dinho Ouro Preto, líder e vocalista da banda, celebrou a novidade como chance única para os fãs se aproximarem ainda mais dos músicos. "Eles podem acessar galerias com a história da banda e conteúdos exclusivos, como o rascunho da letra de uma música que escrevi para a minha filha, Bebel. Tudo dentro da mesma plataforma."
As principais categorias de ingressos NFT disponíveis, tanto para o show do Rio, dia 11 de fevereiro, quanto para o de Brasília, em 27 de maio, esgotaram em menos de 24 horas.
"Cada NFT se torna uma espécie de chave que abre "portas especiais" no mundo virtual – e, talvez o mais importante, abre portas também no mundo real, permitindo acesso aos benefícios exclusivos aos portadores" afirmou Lúcio Flávio, diretor de tecnologia da Miint.me, plataforma de criação e comercialização de NFTs, escolhida para receber o projeto da banda.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>