O índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios no Brasil para o primeiro trimestre de 2016 atingiu 58,9 pontos, uma alta de 6,9% quando comparado ao quarto trimestre deste ano (55,1 pontos), de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Com isso, o indicador rompeu o ciclo de queda iniciado no último trimestre de 2014.
Na divisão por setores, serviços teve o maior avanço, passando de 52,7 para 60,0 pontos. Na indústria, o indicador foi de 54,6 para 57,5 pontos. E no comércio houve elevação de 56,7 para 58,8 pontos.
Dos seis tópicos sobre os quais os pequenos empresários foram questionados, todos subiram. O melhor resultado foi nas expectativas para a Economia (de 45,6 para 52,1), seguido de projeções de Lucro (de 58,8 para 64,4), Investimentos (de 53,8 para 57,2), Empregados (de 51,6 para 54,4), Ramo de atuação (de 59,7 para 62,4) e Faturamento (de 61,3 para 62,9).
Na divisão por regiões também houve melhora em todas as unidades, com destaque para o Nordeste (de 57,0 para 62,5 pontos). Na sequência aparecem Sul (de 54,7 para 59,1 pontos), Sudeste (de 53,6 para 57,0), Centro-Oeste (de 57,8 para 60,3) e Norte (de 61,3 para 62,0 pontos).
Segundo o professor e pesquisador do Insper Gino Olivares, a recuperação do indicador geral deve ser vista com cautela, já que a alta foi em cima da mínima recorde registrada no quarto trimestre deste ano. “Após um quarto trimestre conturbado, o indicador estaria voltando aos níveis registrados nos trimestres anteriores, sinalizando estabilidade”, comentou.
Ele lembra que a pesquisa foi realizada na primeira semana de dezembro, pegando assim a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, mas não abrangendo notícias negativas mais recentes, como o rebaixamento pela Fitch e a elevação dos juros pelo Federal Reserve. “Eu gostaria de ter uma leitura otimista, porque algumas variações dentro do índice foram importantes, mas a recuperação se deve à baixa base de comparação”, disse.
O Insper realizou 1.410 entrevistas telefônicas. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto porcentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O indicador mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios (com faturamento de até R$ 80 milhões) na economia brasileira. O índice reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. Os entrevistados respondem questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.