O judô feminino tem um novo clube campeão brasileiro. Neste domingo, em Goiânia, o Instituto Reação – criado pelo ex-judoca e medalhista olímpico Flávio Canto no Rio, em 2003 – conquistou o título do 10.º Grand Prix Interclubes Feminino, o primeiro de sua história. Na final, ganhou do Pinheiros-SP de virada por 3 a 2.
“Estávamos há três anos buscando esse título, mas no início sabíamos que éramos uma equipe ainda jovem. Talvez sejamos a mais jovem a conquistar o Grand Prix. Viemos com a quase certeza de que seríamos campeões hoje (domingo), lógico, respeitando nosso adversário. Precisamos virar um placar para sermos campeões e é isso, nosso nome é Reação”, vibrou o técnico Geraldo Bernardes.
A equipe carioca fez uma campanha irretocável, classificando-se em primeiro lugar no Grupo B na primeira fase e desbancando o então campeão, o Minas Tênis Clube-MG, que conta com judocas experientes como Érika Miranda e Ketleyn Quadros, na semifinal.
Na decisão pelo ouro, as paulistas começaram melhor com vitórias de Eleudis Valentim sobre Raquel Silva e de Fabiana Oliveira sobre Tamires Crude. Mas, no terceiro e decisivo combate, a campeã mundial de 2013, Rafaela Silva, conseguiu o ippon fazendo Jéssica Santos desistir da luta e colocando o Instituto Reação de volta no combate. Anne Lissewski entrou com a responsabilidade de fazer o ponto de empate e não fracassou, vencendo Anne Carmo. Coube, então, à experiente Maria Suelen Altheman fazer o terceiro ponto das cariocas ao ganhar da jovem Aline Schmidt.
“Eu tinha comentado ontem (sábado) com a Suelen que desta vez o meu ponto seria o decisivo, já que eu lutei no 63kg e não no 57kg, e o dela também”, comentou Rafaela. “Eu já tinha três títulos de Grand Prix, mas nenhum pelo Reação, meu clube. É especial e é bom ver a evolução dessa equipe”.
Sogipa-RS e Minas decidiram o bronze no primeiro combate do dia. Nathália Brígida, no golden score, superou Rafaela Barbosa dando o primeiro ponto para o time mineiro. Em seguida, Érika Miranda, lutando na categoria leve (57kg), passou por Manoella Costa na diferença de punições e Mariana Silva, em confronto equilibrado contra Aléxia Castilhos, levou a melhor também nas punições, garantindo o ponto decisivo para o Minas.
“Você pensa pela equipe e eu estou muito feliz com esse bronze porque o Minas teve um desfalque muito grande que é a (cubana) Idalys Ortiz e no decorrer da competição ainda perdemos a nossa 57kg (Kamilla Silva). Ou seja, fizemos uma competição em que os três pesos não podiam errar, não podiam perder. Hoje (domingo) tivemos que colocar a Nathália Brígida, forçamos os pesos e deu certo. A equipe estava unida e esse bronze vai para Minas com gostinho de ouro”, avaliou Érika Miranda, um dos destaques da equipe mineira e da seleção brasileira.