Os brasileiros estavam mais propensos às compras em março, mas o apetite de consumo deve ser afetado pela pandemia de coronavírus, que se agrava no País, avaliou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 2,2% em março ante fevereiro, para 99,9 pontos em março deste ano, o maior nível desde abril de 2015, quando estava em 102,9 pontos.
O resultado está apenas um décimo abaixo do nível de satisfação de 100 pontos. Em relação a março de 2019, o ICF cresceu 1,9%.
"Contudo, essa tendência será reduzida pelos impactos econômicos do novo coronavírus", informou a CNC, em nota oficial.
O período de coleta dos dados do indicador de março se estendeu do dia 20 de fevereiro a 5 deste mês, período anterior ao agravamento da disseminação do coronavírus no País. "Durante a coleta não se sabia ainda a dimensão que o coronavírus iria tomar. Até porque, ainda não se sabe exatamente o quanto ele irá impactar o País", ponderou a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva.
Na passagem de fevereiro para março, houve melhora em todos os componentes do indicador de Intenção de Consumo das Famílias. O maior avanço ocorreu na avaliação sobre o Momento para compra de bens duráveis, com aumento de 3,5%, embora o nível ainda esteja em 78,7 pontos, na zona desfavorável.
Os componentes relacionados ao Emprego atual (alta de 2,2%, para 121,6 pontos), Perspectiva profissional (2,2%, para 109,6 pontos) e Renda atual (2,2%, para 115,7 pontos) também cresceram na série com ajuste sazonal, embora já estejam na zona de otimismo.
A avaliação sobre o Acesso ao crédito melhorou em 2,7%, para 97,3 pontos. O Nível de consumo atual subiu 0,5%, para 75,3 pontos, e a Perspectiva de consumo avançou 1,8%, para 101,0 pontos.
Na comparação com março do ano passado, houve piora nas avaliações sobre a Perspectiva profissional (-3,0%), Perspectiva de consumo (-1,2%) e Nível de consumo atual (-0,2%).
O resultado apontou que os consumidores brasileiros estavam em sua maioria aumentando suas pretensões de consumo, mas ainda cautelosos quanto aos impactos que os problemas enfrentados pela economia mundial poderiam gerar no Brasil, avaliou Catarina.