Os paulistanos seguem receosos em tomar empréstimos e o índice de intenção apurado pela Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), atingiu seu menor patamar desde 2012 em março: 15,5 pontos. Esse resultado foi decorrente da diminuição da quantidade de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses, de 9,9% em fevereiro para 7,5% em março. Ante março de 2015, a retração do indicador foi de 38,7%.
Conforme a assessoria econômica da FecomercioSP, o cenário macroeconômico e político atual não deixa os consumidores confortáveis em começarem um financiamento. “Ao mesmo tempo, houve redução da segurança de crédito após dois meses de melhora, indicando menor capacidade das famílias de poupar”, explica, em nota.
O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, registrou queda de 2,8% na comparação com fevereiro, passando de 84 para 81,6 pontos em março. Em relação a março de 2015, a retração foi de 1,7%. Entre os endividados, a queda mensal foi de 1,5%, enquanto entre os não endividados o índice recuou 3%. No comparativo anual, o índice de segurança de crédito dos endividados caiu 6%, enquanto o dos não endividados aumentou 5,9%.
Ainda segundo a FecomercioSP, a poupança se manteve como a principal aplicação dos consumidores paulistanos, representando 69,1% do total ante 70,2% em fevereiro e 76,9% em março de 2015. Mas a tendência é que, enquanto os juros se mantiverem muito altos, haja migração para aplicações de renda fixa. A opção pela renda fixa ficou em 18,8% frente a 18,6% em fevereiro e 10,4% de março do ano passado. Já os consumidores que usam a previdência privada como principal aplicação representaram 7,3% ante 6,6% de fevereiro e 4,3% de março de 2015.
O estudo da FecomercioSP tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.