Estadão

Intenção de acordo militar Aukus é dar trabalho a Pequim

Não, a ideia por trás do acordo militar Aukus não é dar à Austrália a possibilidade de lançar, de um submarino atômico submerso, um míssil nuclear contra alvos estratégicos no território da China. Ou mesmo a capacidade de disparar na direção dos novos e formidáveis porta-aviões chineses um punhado de mísseis de cruzeiro Tomahawk com suas cargas explosivas de 450 kg. Não, nada disso.

A intenção do tratado entre os EUA, a Austrália e o Reino Unido é incomodar, provocar gastos, movimentar a diplomacia e mobilizar forças – enfim, dar trabalho ao governo de Pequim, um dos polos da nova Guerra Fria.

Formalmente, a expectativa é a de que a Marinha australiana possa assumir mais efetivamente missões de reconhecimento, vigilância e patrulha de longo alcance, nas vastas porções oceânicas que cercam o continente-ilha. É uma zona fundamental de interesse chinês.

Os submarinos do acordo podem operar em 2028 se tudo correr bem. O Aukus é um movimento de efeito amplo. Embora os mísseis de hipervelocidade tenham visibilidade maior, o fato concreto é que ninguém sabe o que fazer com eles. Nos testes, até agora, certos protótipos provaram que podem voar e eventualmente cobrir as distâncias pretendidas. Alguns erraram o ponto de impacto por 40 km, caso do sofisticado planador nuclear da China, que precisa do apoio de um foguete pesado no lançamento. É muito, mesmo para armas de grande poder de destruição. EUA e Rússia têm sido discretos em comentar resultados de longo prazo.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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