Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em maio, pelo segundo mês consecutivo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,3% em relação a abril, já descontadas as influências sazonais, para o patamar de 102,9 pontos.
O ICF permanece na zona de satisfação (acima de 100 pontos) desde agosto do ano passado. Segundo a CNC, a alta neste mês foi impulsionada pelas famílias de renda mais baixa. Em relação a maio de 2023, houve um aumento de 6,4% na intenção de consumo das famílias.
Na passagem de abril para maio, houve melhora em todos os sete componentes do ICF: emprego atual, alta de 1,2%, para 127,3 pontos; renda atual, 1,4%, para 124,3 pontos; nível de consumo atual, 1,5%, para 88,1 pontos; perspectiva profissional, 1,1%, para 113,8 pontos; perspectiva de consumo, 1,1%, para 105,8 pontos; acesso ao crédito, 2,2%, para 95,1 pontos; e momento para aquisição de bens de consumo duráveis, 0,9%, para 66,1 pontos.
O aumento da satisfação dos consumidores com o acesso ao crédito foi impulsionado pelo ciclo de quedas na taxa básica de juros, a Selic, apontou a CNC. Na pesquisa de maio, 31,4% dos entrevistados consideraram que o acesso ao crédito está mais fácil, maior proporção desde abril de 2020.
Embora a redução nos juros gere uma percepção mais favorável sobre o crédito entre os consumidores em geral, as famílias com renda mais baixa estariam se beneficiando mais de melhores condições de pagamento. A intenção de consumo cresceu mais entre os consumidores com renda mais baixa: no grupo com renda familiar abaixo de 10 salários mínimos mensais, houve alta de 1,4% no indicador em maio ante abril. Entre as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos, a intenção de consumo registrou um aumento de 0,7%.
Em meio ao cenário mais favorável para o crédito, a avaliação do consumidor sobre o momento para a compra de bens de consumo duráveis teve a maior elevação na variação anual, 18,1% em maio de 2024 ante maio de 2023.
"Por serem produtos de grande valor agregado, a venda deles é mais influenciada pela oscilação do mercado de crédito", afirmou Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, em nota oficial, lembrando que o consumo tem sido influenciado positivamente também pelo mercado de trabalho.