Importantes site norte-coreanos voltaram ao ar nesta terça-feira, após uma queda que durou horas e aconteceu depois de os Estados Unidos prometerem responder ao ataque cibernético contra a Sony Pictures. Washington culpa Pyongyang pela ação dos hackers que, além de divulgarem documentos e filmes do estúdio, fizeram ameaças que levaram ao cancelamento da estreia do filme “A Entrevista”.
A Casa Branca e o Departamento de Estado recusaram-se a dizer se o governo norte-americano foi responsável pela queda da internet na Coreia do Norte, um dos países mais pobres e menos interligados pela rede mundial de computadores em todo o mundo.
Embora o país seja equipado com internet de banda larga, apenas um pequeno segmento da população tem acesso à rede. Poucos norte-coreanos usam computadores e, nesse grupo, os que conseguem algum acesso conectam-se apenas com uma rede de intranet doméstica.
Embora negue responsabilidade pela invasão do sistema da Sony, Pyongyang chamou a ação de “fato justo” e deixou clara sua raiva a respeito de “A Entrevista”, comédia que mostra o assassinato do atual líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Funcionários do governo sul-coreano, que falaram em condição de anonimato, disseram que a Agência de Notícias Central e o jornal Rodong Sinmun, os principais canais oficiais de informação da Coreia do Norte, haviam saído do ar, mas os sites voltaram a funcionar posteriormente nesta terça-feira. Dentre as postagens glorificando o governo da família Kim havia um sobre uma visita de Kim Jong Un a uma fazenda da produção de bagres.
Especialistas norte-americanos em computadores descreveram as falhas na internet norte-coreana como amplas e progressivamente piores. Jim Cowie, cientista chefe da Dyn Research, uma empresa que monitora a performance da rede, afirmou em post on-line que a internet do país voltou após ficar fora do ar por nove horas.
As possíveis causas da queda incluem um ataque externo à frágil rede ou mesmo problemas de fornecimento de energia, escreveu Cowie, acrescentando que “podemos apenas especular”.
No ano passado, a Coreia do Norte sofreu quedas semelhantes de sua internet durante tensões nucleares com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros países. Pyongyang culpou Seul e Washington pelos problemas.
O presidente Barack Obama disse que o governo norte-americano espera responder ao ataque à Sony, que ele descreveu como um caro ato de “vandalismo cibernético” da Coreia do Norte.
Mais de um milhão de pessoas usa telefones celulares na Coreia do Norte. A rede cobre principalmente as maiores cidades, mas os usuários não podem fazer ou receber ligações dos exterior. A intranet do país dá acesso a sites aprovados pelo governo e trabalha com seus próprios navegadores, ferramentas de busca e programas de e-mail, segundo o Ministério de Unificação sul-coreano. Fonte: Associated Press.