Pet

Intoxicação Alimentar

Os problemas de origem alimentar em animais de companhia são muito freqüentes e variam de acordo com o estilo de vida do animal e também de acordo com o proprietário. A intoxicação alimentar é causada pelos efeitos das toxinas presentes no alimento ou toxinas liberadas por microorganismos contaminantes dos alimentos. Os animais domésticos podem ser intoxicados através da ingestão de alimentos contaminados ou ainda após a ingestão de alimentos humanos não contaminados fornecidos pelo seu proprietário.

Não é de hoje que veterinários alertam seus clientes que, atualmente, alimentação de cachorro e gato é ração, e ponto final. Entretanto, muitos ainda insistem em lembrar-se da época em que não existia ração e os animais de companhia eram alimentados com sobras de comida. Hoje em dia, a ração contém tudo que o animal precisa para aquela determinada fase da vida e, sendo de boa qualidade, não há necessidade em ser complementada com alimento caseiro. O cão ou gato alimentado com ração come menos, tem pêlos mais bonitos e brilhantes, defeca menos, tem mais saúde e atinge uma maior longevidade.

Porém, ainda assim, a casuística de animais atendidos com intoxicação alimentar é grande, sendo os cães mais acometidos que os gatos, isto devido à particularidade das espécies. Para o cão, todos os alimentos são atraentes. Os felinos são mais seletivos, cheiram o alimento novo e analisam, depois o ingerem mastigando os pedaços. Já os cães são mais afoitos e na primeira cheirada já abocanham a comida, não mastigando e engolindo pedaços super grandes.

Desse modo, cães que passeiam na rua sozinhos, ou mesmo, sem guia e coleira são os mais predispostos. Muitos voltam do seu passeio diário apáticos, apresentando posteriormente, vômitos, diarréia e febre. Já os felinos com acesso à rua apresentam maior chance de ingerirem venenos de rato, principalmente o chumbinho.

Tanto o cão, quanto o gato nestes casos necessitam de tratamento veterinário intensivo, sendo que muitas vezes ainda é necessária internação. Estes animais precisam receber medicações visando amenizar a desidratação – principal motivo de óbito neste quadro- e ainda gastrites e até convulsões.

Portanto, nunca deixe o seu animal sair à rua sozinho e sempre use coleira e guia; poucos segundos de descuido podem ser suficientes para ele ingerir algo no chão. Dentro de casa também é importante manter uma lixeira com tampa, longe do alcance do pet.

Na próxima semana abordaremos, em especial, os alimentos tóxicos aos pequenos animais. Não percam.

 

Rafael Claro Marques

(CRMV-SP 18.849) é médico veterinário e

pós-graduado em Clínica Médica de Pequenos Animais

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