Estadão

Invasão Secreta discute temas fundamentais da humanidade, diz Emilia Clarke

Imagine que você não pode confiar em ninguém. Nem nos seus pais, nos seus filhos, nos parceiros. Pior: nem mesmo nos super-heróis que, nos últimos anos, salvaram a Terra de inúmeras catástrofes. É esse o principal dilema de <i>Invasão Secreta</i>, série da Marvel que chega ao Disney+ nesta quarta-feira, 21 de junho, com lançamentos semanais.

A história acompanha Nick Fury (Samuel L. Jackson), superespião da Marvel que, após os eventos vistos em Capitã Marvel, de 2019, percebe que a Terra foi invadida por Skrulls – aqueles alienígenas que podem assumir qualquer forma humana. E pior: nem todos são amigáveis como Talos (Ben Mendelsohn) – e um grupo deles quer destruir a humanidade para tomar o controle da Terra. Obviamente, é preciso detê-los. Mas como?

Essa história, que advém de um dos principais arcos dos quadrinhos da Marvel Comics, não é novidade nos cinemas, nem na televisão. John Carpenter já contou algo semelhante com a aclamada ficção científica <i>O Enigma de Outro Mundo </i>(1982) e, antes disso, Philip Kaufman criou o caos com <i>Invasores de Corpos</i> (1978). Na televisão, tem a paródia de <i>Rick e Morty</i> (no episódio Total Rickall) e a boa sacada <i>O Pacificador</i>, da DC, com <i>As Borboletas</i>.

Como a Marvel faz para se destacar dessas outras histórias? Simples: aposta em uma trama mais política e com toques de espionagem. "O tom da série é muito diferente", diz Ben Mendelsohn, ator de Talos, um Skrull do bem, em entrevista ao <b>Estadão</b>. "É muito mais substancial. As circunstâncias aqui são bem sombrias. E Talos não pode se render. O mundo pesou muito sobre ele. Há momentos assim, o que é bom. Mas é um ambiente difícil."

Isso fica evidente nos dois primeiros episódios, já conferidos pelo <b>Estadão</b>. Logo de cara, a série fala sobre fake news, desinformação, paranoia. Há complôs políticos – com extraterrestres – sendo armados em símbolos do poder dos Estados Unidos. Nem Nick Fury, com a ajuda de Talos, está seguro. Parece que o mundo todo se virou contra eles.

<b>CONFLITOS</b>

"Os temas que discutimos aqui são realmente fundamentais para a humanidade. A ideia de refugiados, de encontrar um lar, é algo diretamente relacionado à quantidade de guerras e conflitos que temos. Quanto mais conflito houver, mais refugiados existirão", questiona Emilia Clarke, conhecida como a Daenerys Targaryen de <i>Game of Thrones</i> e que faz sua estreia na Marvel como Giah, filha de Talos.

"Mas onde é o seu lar e quem tem o direito de escolher se é um lar ou não? E depois que eles estão lá, quais direitos eles têm em comparação com quem já estava lá antes? Esse é um tema importante", completa a atriz.

Ben, porém, lembra que a série também não precisa ser levada tão a sério. "É sempre importante lembrar que é uma peça de entretenimento e que você pode assistir e se divertir. Mas se você quiser mais, há muito o que oferecer, e acho que isso é o melhor. Ser capaz de se envolver e apenas relaxar e dizer ah, eu adoro isso ou, então, pensar isso é sobre isso, e então poder entrar numa discussão sobre o tema e assim por diante. Então, ambas as coisas são oferecidas", afirma o ator de Talos.

"É maravilhoso ver esses personagens amados, com os quais você se importa tanto e que já viu em tantas outras situações, lidando com essas questões fundamentais", comenta Emília.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?