Em audiência na manhã desta terça-feira, 7, na CPI da Petrobras, o ex-ministro da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage disse que as investigações sobre o pagamento de propina da SBM Offshore a funcionários da Petrobras apontou até o momento o envolvimento de seis pessoas. Entre os envolvidos estão os ex-diretores Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, todos alvos da operação Lava Jato.
Segundo Hage, as investigações indicaram enriquecimento ilícito, transações imobiliárias suspeitas, emprego de parentes de funcionários da Petrobras em empresas ligadas à SBM, viagens suspeitas para Holanda e vazamento de informações confidenciais sobre a estatal à SBM. Hage disse que a senha de Zelada teria sido usada para o compartilhamento dessas informações à empresa holandesa. Zelada foi preso na semana passada pela Polícia Federal.
Ouvido na condição de testemunha, o ex-ministro disse que todos os canais de investigação foram abertos para apurar as denúncias e que as autoridades holandesas se negaram a cooperar. “A cooperação internacional não veio até hoje”, disse. Ao total, 24 pessoas foram investigadas e 13 processos punitivos foram instaurados contra funcionários da estatal brasileira.
Ele lembrou que a durante as investigações, a Petrobras se adiantou e decidiu barrar a SBM de participar das licitações.
Hage também negou que as investigações só tenham começado em novembro do ano passado e informou que os trabalhos se iniciaram em fevereiro de 2014. Ele negou que houvesse interesse político em esconder as investigações. “Não é verdade que a CGU tenha protelado o caso”, ressaltou.
De acordo com Hage, as declarações de Jonathan Taylor, ex-funcionário da SBM, não acrescentavam nenhum dado relevante nas apurações da sindicância. O ex-ministro lembrou que Taylor foi acusado de tentar extorquir a SBM.