Policial

Investigador acusado de matar delegada vai a juri popular

Juíz Leandro Jorge Bittencourt Cano, do Fórum de Guarulhos, manteve as acusações do Ministério Público

O ex-investigador que matou a delegada do 1º Distrito Policial, Denise Quioca, 28 anos, irá para jurí popular. O juíz Leandro Jorge Bittencourt Cano, do Fórum de Guarulhos, manteve na sexta-feira, 17, as acusações do Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo de homicídio triplamente qualificado cometido por Fábio Agostino Macedo, 33, em 23 de dezembro de 2010. A defesa de Fábio promete recorrer.

A Justiça acatou a denúncia do MPE de que Fábio assassinou a ex-namorada por motivos torpe, cruél e que impossibilitou a defesa da vítima. A audiência de instrução deveria ter começado às 13h, mas atrasou duas horas já que o Judiciário não teve condições de trazer o acusado do Centro de Detenção Provisório (CDP) do Tremembé para Guarulhos. Ele foi transferido para o CDP de Taubaté, aonde foi realizada videoconferência.

Fábio não quis se pronunciar na audiência, mas gargalhou durante os depoimentos do noivo de Denise, o tenente da Polícia Militar, Rafael Gonçalves, que falava sobre um possível estupro cometido por Fábio contra a delegada, e quando o advogado José Rafael, amigo pessoal de Fábio, contou que o ex-investigador era "mulherengo".

A irmã de Denise, a gerente Andressa Quioca, 35, prestou depoimento emocionado. Ela chorou ao questionar os advogados de Fábio pelo motivo de defenderem o ex-investigador e, ao mesmo tempo, serem os defensores da família da advogada Mércia Nakashima, 28, também morta por um ex-namorado no ano passado. "Queremos justiça e que ele (Fábio) pegue a pena máxima", diz. Ela afirma que Fábio ameaçou matar ela, o filho de três anos e o pai dela.

O promotor Marcelo Alexandre de Oliveira acredita que o caso seja julgado em 2013. Ele criticou a postura de Fábio durante a audiência que riu em alguns momentos. "Demonstra total falta de caráter", diz.

Alexandre de Sá, advogado do ex-investigador, afirma que buscará no Tribunal de Justiça de São Paulo a retirada de duas qualificadoras. "A decisão do juíz não foi técnica, mas política", diz. Ele alega que o crime não apresentou crueldade, já que Denise deve ter morrido instaneamente e que ela estava armada, o que não impossibilitou a defesa dela.

Denise e Fábio tiveram relacionamento por oito anos. Ela foi morta pelo ex-investigador com 17 tiros dentro da sala dela no 1º DP quando estava de plantão.

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