Policial

Investigador que matou delegada pode ir a júri popular nesta sexta

Fábio Agostino Macedo é acusado de ter atirado 17 vezes contra ex-namorada

A Justiça pode decidir hoje pelo envio do ex-investigador Fábio Agostino Macedo, 33 anos, para jurí popular pelo assassinato da delegada do 1º Distrito Policial de Guarulhos, Denise Quioca, 28, em 23 de dezembro do ano passado. A audiência de instrução acontecerá no Fórum de Guarulhos, às 13h.

A gerente Andressa Quioca, 35, irmã de Denise, conta que a família ainda sofre com a morte da delegada. "São os piores dias das nossas vidas. Meus pais vivem a base de calmantes", diz. Ela conta que Fábio chegou a ameaçar matar o filho dela de três anos. "Disse que iria cortar a cabeça do meu filho para jogar bola. Na época tive que pedir para a diretora da escola não liberar ele para ninguém", afirma.

Fábio matou Denise com 17 tiros na sala dela. Ele é acusado de ter cometido homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Serão ouvidas nove testemunhas, dentre as quais três que estavam na delegacia no momento do assassinato.

Segundo o advogado de acusação, Cristiano Medina da Rocha, o ex-investigador deve continuar preso por ser um perigo para a sociedade. "Ele pode cumprir a promessa de matar a Andressa e os familiares". Rocha acredita que o crime foi premeditado e que o Estado cometeu falhas por não ter garantido a proteção de Denise quando ela era ameaçada por Fábio. "A arma utilizada era da polícia e o Fábio já tinha sido expulso", afirma.

Para o advogado Alexandre de Sá, que defende Fábio, as circunstâncias do assassinato revelam que o ex-investigador não tinha intenção de matar a delegada. Ele considera "fantasiosa e com preconceitos" as alegações da acusação.

Denise e Fábio namoraram por oito anos e terminaram o relacionamento em 2009. A delegada começou a namorar com o tenente da Polícia Militar Rafael Gonçalves em julho do ano passado. Os dois ficaram noivos e iriam se casar no próximo mês de novembro. O ex-investigador continuou atrás de Denise e chegou a agredi-la, o que culminou com a expulsão dele da Polícia Civil em 9 de dezembro do ano passado. Duas semanas depois, ele matou Denise.

Posso ajudar?