Autoridades norte-americanas encontraram uma das duas caixas-pretas do trem de passageiros que descarrilou nesta quinta-feira na estação de Hoboken, em Nova Jersey, matando a brasileira Fabíola Bittar de Kroon e ferindo mais de cem pessoas. O dispositivo extraído da traseira do trem contém dados sobre velocidade e frenagem que poderão determinar as causas da tragédia, de acordo com Bella Dinh-Zarr, vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança no Transporte (NTSB, na sigla em inglês).
Os investigadores ainda procuram a outra caixa-preta que está no primeiro vagão do trem, o mais danificado pela colisão. A expectativa é de que este equipamento possua imagens da câmera frontal do trem. Segundo a NTSB, a investigação irá apontar se houve falhas no trem ou um erro do engenheiro responsável na ocasião, Thomas Gallagher, que tem cooperado com as investigações. Além disso, o órgão busca respostas para outras questões, incluindo se um sistema automático de frenagem evitaria acidentes como este.
Os serviços de transporte de Hoboken foram suspensos por causa do acidente. A estação integra o “New Jersey Transit”, sistema público de transporte que leva mais de 100 mil pessoas à Nova York diariamente. No momento do acidente, por volta das 8h45 (9h45 em Brasília), a estação estava cheia.
A única vítima fatal da tragédia foi a brasileira de 34 anos que morava há pouco tempo nos Estados Unidos. Ela deixou a cidade de Santos, em São Paulo, após o marido ter conseguido um emprego em Nova Jersey. No dia do acidente, ela deixou sua filha pequena em uma creche pouco antes de ir à estação. Fabíola foi atingida por partes da estrutura que cederam devido à colisão do trem com pilares de concreto.
Tom Spina, o passageiro que estava no terminal no momento do acidente, descreveu o cenário como caótico, com muitos gritos e pessoas em estado de choque. “Coisas como esta nós vemos em filmes. Você não pensa que irá ver isso na vida real”, relatou Spina. Fonte: Associated Press.