A aceleração do IPCA-15 para 0,99% em fevereiro – o maior para o mês desde 2016 (1,42%) -, após alta de 0,58% em janeiro, reforça expectativas de novas altas da Selic, favorecendo a queda do dólar ante o real. O resultado do indicador de preços, que é uma prévia do IPCA do mês, ficou acima do teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo <i>Projeções Broadcast</i>, que esperavam uma alta de 0,53% a 0,96%, com mediana positiva de 0,87%.
Além disso, com o resultado anunciado nesta quarta-feira, o IPCA-15 acumula um aumento de 1,58% no ano. E a taxa em 12 meses ficou em 10,76%, também acima do teto das projeções, que iam de avanço de 10,26% a 10,73%, com mediana de 10,63%.
O fluxo cambial pode já estar apoiando a valorização do real, pela quarta sessão seguida, uma vez que o IPCA-15 confirma inflação crescente, como afirmou o presidente do Banco Central nesta semana. Também apoia a perspectiva de novas elevações da taxa Selic, ampliando o diferencial de juros interno e externo, enquanto no exterior o ritmo de aperto monetário dos Bcs de países desenvolvidos pode ser menor que o esperado este ano em razão das incertezas geopolíticas na Europa.
Também o avanço do dólar ante o rublo russo nesta manhã pode ser um indicativo de continuidade de saída de investidores estrangeiros da Rússia, por causa das tensões com a Ucrânia e aliados ocidentais, e possível migração de parcela desses players para outros países emergentes, como o Brasil, Mexico, Chile – cujas moedas se valorizam frente o dólar nesta manhã.
No exterior, a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, defendeu a velocidade e escala mais contidas das sanções que Londres está impondo à Rússia, ao dizer que o governo britânico está reservando medidas mais agressivas para usar no caso de uma invasão em larga escala da Ucrânia por forças russas.
Às 9h28 desta quarta, o dólar à vista caía 0,47%, a R$ 5,0291, após mínima a R$ 5,0166. O dólar futuro para março recuava 0,52%, a R$ 5,0365, ante mínima a R$ 5,020.