Estadão

IPCA de 2024 sobe de 3,98% para 4% e IPCA de 2025, de 3,85% para 3,87%, diz Focus

Economistas do mercado financeiro voltaram a aumentar as suas projeções de inflação deste ano e do próximo. A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 passou de 3,98% para 4%, já 1 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Um mês atrás, era de 3,88%. A mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,85% para 3,87%, contra 3,77% um mês antes.

Considerando as 74 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2024 passou de 4,01% para 4,02%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 avançou de 3,86% para 3,87%, tomando como base as 73 projeções atualizadas no período.

Na semana passada, o governo publicou o decreto que regulamenta o novo sistema de meta contínua de inflação. A partir do ano que vem, o alvo será apurado com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, vai se considerar que a meta foi perdida.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o centro da meta continuará em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O alvo e a banda poderão ser alterados pelo conselho, com base em uma proposta do ministro da Fazenda, com antecedência mínima de 36 meses para sua aplicação.

Nos horizontes mais longos, a mediana do Focus para o IPCA de 2026 continuou em 3,60% pela quarta semana consecutiva. A estimativa intermediária para 2027 ficou em 3,50% pela 52ª semana seguida.

O Banco Central espera que o IPCA fique em 4% em 2024, 3,4% em 2025 e 3,2% em 2026, considerando o cenário de referência, com a trajetória de juros extraída do Focus. Em um cenário alternativo, com a taxa Selic constante ao longo do horizonte relevante, o BC espera inflação de 4% este ano e 3,1% no próximo.

<b>Projeção suavizada</b>

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses avançou de 3,58% para 3,61%, interrompendo uma sequência de quatro semanas de queda. Um mês atrás, ela era de 3,64%. Essa medida deve ganhar importância após a regulamentação do novo sistema de meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a nova meta não trará mudanças na condução da política monetária. "A mensagem principal do decreto é que não significa uma mudança na forma como a gente enxerga a política monetária, não significa nem maior, nem menor suavização", disse, em entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Segundo o presidente do BC, a antecedência mínima de 36 meses para alterar o alvo mostra "o compromisso do governo e a transparência que foi atingida."

<b>Curto prazo</b>

As medianas do relatório Focus divulgado nesta segunda sugerem uma inflação pouco mais alta no curto prazo. A estimativa intermediária para o IPCA de junho subiu de 0,32% para 0,33%, de 0,20% quatro semanas atrás. A projeção para julho passou de 0,15% para 0,18%, contra 0,12% um mês antes. Já a estimativa para agosto se manteve em 0,10%, de 0,13% há quatro semanas.

O Banco Central espera que o IPCA atinja 0,33% em junho, 0,12% em julho e 0,07% em agosto, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na última quinta-feira, 27. A projeção da autoridade monetária para o IPCA de setembro é de 0,21%.

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