Estadão

IPCA para 2023 cede de 4,95% a 4,90% e para 2024 vai de 3,92% a 3,90%, projeta Focus

As expectativas inflacionárias para 2023, 2024 e 2025 tiveram nova rodada de alívio no Boletim Focus divulgado nesta terça-feira, 25. Para este ano, a projeção cedeu de 4,95% para 4,90%. Um mês antes, a mediana era de 5,06%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção passou de 3,92% para 3,90%. Há um mês, era de 3,98%.

Considerando somente as 107 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,92% para 4,90%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta subiu de 3,83% para 3,90%, considerando também 107 atualizações no período.

Nos horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,55% para 3,50%. No Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o horizonte deve passar a ter peso minoritário nas decisões. Por outro lado, houve manutenção na estimativa para 2026, de 3,50%. Há um mês, as projeções eram de 3,80% e 3,72% nessa ordem.

No fim de junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta inflacionária de 2026 em 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%, assim como nos anos de 2024 e 2025. Para 2023, o alvo central é de 3,25%, com piso de 1,75% e teto de 4,75%.

Com a manutenção do patamar de 3,0%, se encerrou a dúvida que trazia ansiedade ao mercado financeiro desde o início do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou questionamentos sobre se esse nível seria adequado à economia brasileira. A incerteza sobre o tema era apontada pelo Banco Central como principal fator a explicar a desancoragem das expectativas de inflação em prazos longos, como 2025 e 2026.

As projeções do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, a mediana ainda indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%. Atualmente, as projeções do BC para o IPCA são de 5,0% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,1% em 2025.

<b>Meses</b>

No Boletim Focus agora divulgado, os economistas reduziram substancialmente a expectativa para o IPCA de julho. A mediana passou de 0,19% para 0,10%. Há um mês, a expectativa era de 0,30%. Para o IPCA de agosto, a estimativa avançou de 0,28% para 0,31%, contra a mediana de 0,22% um mês antes. Para setembro, por sua vez, a previsão para o indicador variou de 0,29% para 0,28%, de 0,30% há quatro semanas.

<b>Inflação suavizada</b>

Os economistas do mercado financeiro atualizaram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, que cedeu de 4,20% para 4,18%, de 4,16% há um mês.

No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição ao atual sistema de ano-calendário. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, não deram previsão de quando o ato do Executivo será publicado.

Como mostrou o <b>Estadão/Broadcast</b>, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, defende a continuidade da realização da justificativa sobre o descumprimento da meta uma vez ao ano, mas no caso de o IPCA estourar o teto em qualquer momento durante os 12 meses aferidos.

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