O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou sua projeção para a inflação de 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa passou de uma alta de preços de 4,9% prevista em dezembro de 2022 para um aumento de 5,6% na divulgação desta terça-feira, 28.
O avanço foi motivado pelo "desempenho menos favorável dos preços administrados e dos serviços". Foram considerados principalmente a reoneração de combustíveis e o reajuste maior que o esperado nos planos de saúde e nas mensalidades escolares. Por outro lado, houve redução na estimativa de alta de alimentos no domicílio.
A elevação esperada para os preços monitorados passou de 5,6% na projeção anterior para 8,2% na previsão atual.
"No caso dos preços administrados, o aumento da previsão reflete, sobretudo, o impacto da reoneração dos combustíveis. Adicionalmente, os reajustes, acima do esperado, dos planos de saúde nos dois primeiros meses do ano sinalizam maior pressão deste serviço sobre os preços administrados em 2023", justificaram os técnicos Maria Andréia Parente Lameiras e Marcelo Lima de Moraes, na Carta de Conjuntura divulgada pelo Ipea.
O texto aponta ainda os reajustes do grupo Educação como motivadores para a acentuada revisão na projeção de alta dos serviços livres neste ano.
"O reajuste das mensalidades escolares, ocorrido em fevereiro, em magnitude acima da estimada, fez com que a expectativa de inflação para os serviços educacionais saltasse de 5,7% para 8,5%, gerando, por conseguinte, um incremento na projeção de alta dos serviços totais, que avançou de 5,4% para 6,0%", apontou o Ipea.
Por outro lado, "o desempenho mais favorável dos alimentos no primeiro bimestre e a melhora das expectativas para a safra brasileira" reduziram a alta esperada para a alimentação no domicílio, de 5,2% para 4,5%.
A previsão para os bens industriais saiu de alta de 3,3% para 3,0%, e para os serviços livres exceto educação saiu de 5,4% para 5,6%. As alterações foram mais brandas nesses grupos de preços porque "não houve mudanças significativas no cenário macroeconômico brasileiro no último trimestre", explicou o Ipea.
Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também apurada pelo IBGE, a projeção para o ano de 2023 passou de 4,9% para 5,5%. Houve redução nas estimativas para a alimentação no domicílio (de 5,1% na projeção anterior para 4,4% na previsão atual) e nos bens industriais (de 3,4% para 3,2%). Porém, aumentaram as projeções de altas de preços de serviços exceto educação (de 5,5% para 5,6%), educação (5,7% para 8,3%) e monitorados (de 5,6% para 8,0%).