O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,86% em agosto, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de julho foi revista de uma alta de 1,94% para uma elevação de 1,86%, exatamente a mesma verificada em setembro.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de agosto, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 23,55% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi de 33,08%.
Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 1,16% em agosto, após o resultado de 3,61% registrado em julho. Já a indústria de transformação registrou aumento de 1,91% em agosto, ante um desempenho de 1,72% no IPP de julho.
Os bens de capital ficaram 1,97% mais caros na porta de fábrica em agosto, segundo os dados do IPP. O resultado ocorre após os preços terem subido 2,29% em julho.
Os bens intermediários registraram avanço de 1,77% nos preços em agosto, ante um aumento de 1,78% em julho.
Já os preços dos bens de consumo subiram 1,99% em agosto, depois de uma alta de 1,90% em julho. Dentro dos bens de consumo, os bens duráveis tiveram elevação de 1,25% em agosto, ante alta de 1,38% no mês anterior. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 2,13% em agosto, após a elevação de 2,0% registrada em julho.
A alta de 1,86% do IPP em agosto teve contribuição de 0,13 ponto porcentual (p.p.) de bens de capital; 1,04 p.p. de bens intermediários; e 0,68 p.p. de bens de consumo, sendo 0,61 p.p. de bens de consumo semi e não duráveis e 0,07 p.p. de bens de consumo duráveis.
<b>Atividades</b>
A alta de 1,86% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em agosto foi decorrente de avanços em todas as 24 atividades pesquisadas. Conforme o IBGE, foi apenas a segunda vez, em toda a série histórica do IPP, iniciada em 2010, que todos os segmentos pesquisados viram os preços subir num mês. O outro mês em que isso ocorreu foi agosto de 2020.
A alta agregada de agosto foi puxada pelos alimentos, com alta de 2,19%, contribuindo com 0,51 ponto porcentual (p.p.) do avanço de 1,86%. Segundo o IBGE, foi a sétima taxa positiva nos preços dos alimentos observada ao longo do ano. A única taxa negativa foi a de junho, -0,14%. A alta de agosto foi a segunda maior taxa de 2021, atrás apenas dos 2,66% de abril.
Com isso, o acumulado no ano da variação dos preços de alimentos acelerou de 10,06%, em julho, para 12,47%. Por outro lado, como ocorre desde junho, o resultado dos últimos 12 meses é menor do que o observado no mês anterior (junho 2021/junho 2020, 30,96%; julho 2021/julho 2020, 28,19%; e agosto 2021/agosto 2020, 25,72%).
Ainda segundo o IBGE, os grupos cujos preços variaram acima da média do setor de alimentos foram: "abate e fabricação de produtos de carne" (2,72% em agosto ante julho; 14,05%, no acumulado no ano; e 31,42%, no acumulado em 12 meses), "fabricação e refino de açúcar" (3,64%; 19,07%; e 26,13%) e "torrefação e moagem de café" (6,54%; 25,74%; e 33,39%). "Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais" também se destacou na comparação de 12 meses (34,48%), informou o IBGE.
Em termos de impacto positivo na alta de agosto do IPP, além dos alimentos, os destaques foram outros produtos químicos (0,25 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,19 p.p.) e metalurgia (0,19 p.p.). As taxas mais elevadas em agosto, entre as atividades pesquisadas no IPP, foram atividades industriais de fumo (3,14%), de minerais não-metálicos (2,98%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,89%) e de outros produtos químicos (2,82%).