Um dos maiores obstáculos na negociação entre Estados Unidos e Irã para reviver o acordo nuclear de 2015 é a exigência de Teerã de que Washington forneçam uma garantia de que não irá abandonar a adesão e reimpor sanções, dizem diplomatas envolvidos em negociações na Áustria.
A exigência é uma reação à retirada do acordo pelo ex-presidente americano Donald Trump, e parece ser um objetivo político primordial para o governo do novo presidente linha-dura do Irã, dizem diplomatas norte-americanos e europeus. As autoridades disseram não acreditar que a demanda esteja sendo projetada pelo Irã simplesmente para prolongar as negociações.
Diplomatas ocidentais afirmaram que um caminho para um acordo é possível, mostrando mais otimismo desde dezembro, quando as exigências do Irã deixaram as negociações à beira do fracasso. Autoridades dos EUA e da Europa estão de olho em meados de fevereiro como o momento para decidir se a diplomacia está esgotada.
Houve progresso nas letras miúdas, incluindo como as sanções seriam suspensas, como o Irã reduzirá seu trabalho nuclear e como um acordo pode ser implementado ao longo de vários meses. No entanto, diplomatas do ocidente alertam que uma série de decisões políticas centrais sobre sanções, medidas nucleares e sequenciamento de um acordo ainda devem ser tomadas e muitos se preocupam se Teerã está disposta a entrar em um consenso com rapidez suficiente.
As autoridades alertaram repetidamente que a janela para negociações está se fechando devido aos avanços no trabalho nuclear do Irã.
Ao exigir um compromisso rígido dos EUA com um acordo, as preocupações do Irã destacam uma fraqueza fundamental no acordo de 2015. Ele nunca foi assinado como um tratado com garantias legais claras. Seu nome formal Plano de Ação Abrangente Conjunto ressaltou que se trata de um conjunto de compromissos políticos, embora tenham sido posteriormente apoiados por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).