O ministro de Relações Exteriores do Irã tentou nesta sexta-feira desfazer temores de que a crise no Iêmen poderia prejudicar as negociações nucleares do país com o P5+1, grupo formado por Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha. Mohammad Javad Zarif afirmou que as negociações continuam concentradas num acordo sobre o programa nuclear de Teerã.
O Iêmen é “a questão do dia” que chegou a ser discutido durante as conversações, mas “isso não significa que negociamos sobre isso”, afirmou ele aos jornalistas.
Ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita contra rebeldes no Iêmen prejudicam as relações entre o reino sunita e o Irã, predominantemente xiita. Zarif disse que eles “devem parar e todos têm de encorajar o diálogo e a reconciliação nacional”.
Apesar das preocupações do Irã com o Iêmen, porém, “nossas negociações estão confinadas à questão nuclear”, afirmou.
As declarações de Zarif foram feitas pouco depois da primeira reunião do dia com o secretário de Estado norte-americano John Kerry. Os lados esperam restringir as diferenças a tempo de chegar a um acordo preliminar até o final do mês. Isso permitirá a negociação de uma acordo abrangente até o final de junho, que deve impor restrições de longo prazo ao programa nuclear de Teerã em troca de alívio nas sanções impostas ao país.
Autoridades iranianas têm demonstrado otimismo a respeito das chances de avançar o suficiente até terça-feira. Mas Zarif estava menos confiante nesta sexta-feira, dizendo esperar que os lados cheguem a um entendimento comum apenas na semana que vem. “As conversações são muito difíceis e complicadas”, disse ele à televisão iraniana.
Um reflexo do interesse de Teerã de chegar a um acordo foram as cartas enviadas pelo presidente iraniano Hassan Rouhani ao presidente Barack Obama e aos demais líderes do P5+1. Seu gabinete disse nesta sexta-feira que as cartas contêm propostas sobre como se chegar a um acordo, mas não divulgou detalhes. Rouhani também conversou por telefone com os líderes da Rússia, França e Reino Unido. Fonte: Associated Press.