Internacional

Iraque: tropas iraquianas reforçam posições em Mossul após tiros e atentados

As tropas iraquianas reforçaram neste domingo as suas posições nos bairros de Mossul retomados do grupo Estado islâmico, em um momento em que o avanço na direção do centro da cidade foi retardado pelos tiros de franco atiradores e atentados suicidas, bem como pela preocupação com a segurança dos civis.

Segundo o major-general Sami al-Aridi, das forças especiais, o maior entrave é o resgate de civis, que está reduzindo o ritmo de avanço das tropas. “Somos soldados que não foram treinados para realizar tarefas humanitárias”. Algumas centenas de civis surgiram de bairros tomados por escombros no domingo. Entre eles, estavam mulheres e crianças, algumas delas carregando sacos, maletas pequenas ou acenando bandeiras brancas. Mossul é o lar de mais de 1 milhão de pessoas.

O governo enviou meia dúzia de caminhões carregados com ajuda alimentar para as áreas recentemente liberadas. O caos tomou conta de um bairro, onde os moradores invadiram os caminhões para pegar a comida. “É a fome que faz com que as pessoas se comportem assim”, disse Mohammed Farouq, um morador de 27 anos. “Algumas famílias levavam muitas caixas, enquanto outras não levavam nenhuma. Isso é injusto.”

Al-Aridi disse que militares estavam fazendo buscas em casas de áreas retomadas do Estado Islâmico à procura de militantes e veículos carregados com explosivos. Tropas nessas áreas continuam sendo atingidas por morteiros, tiros de franco atiradores e ataques suicidas, segundo ele.

Nas áreas recém liberadas, as estradas são bloqueadas por destroços de carro e sacos de areia, e os tanques são colocados em ruas mais largas. Atiradores de elite ficam em edifícios altos para controlar suicidas ou outros intrusos. O brigadeiro-general Haider Fadhil disse que quatro
civis foram mortos e outros quatro ficaram feridos quando um carro-bomba suicida explodiu antes que pudesse alcançar as tropas que tinha como alvo no sábado.

As tropas sitiaram neste domingo o bairro de Al-Zohour, cerca de oito
quilômetros do centro da cidade. A chegada das tropas aos limites do bairro levou centenas de civis a sair de casa carregando bandeiras brancas. As forças especiais mais tarde tiraram o Estado Islâmico de dois outros bairros.

Os militares iraquianos lançaram uma campanha em 17 de outubro para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e o último grande bastião urbano do grupo extremista no país. A maior parte dos ganhos foi obtida pelas forças especiais operando na região de Mossul a leste do rio Tigre. Outras forças estão avançando pela cidade de diferentes direções, e a coalizão liderada pelos EUA está fazendo ataques aéreos e outros tipos de apoio.

O Estado Islâmico capturou Mossul no verão de 2014 como parte de uma blitz que colocou quase um terço do Iraque sob seu controle. As tropas iraquianas, a polícia federal e as milícias aliadas xiitas e sunitas retiraram ao longo do ano passado os militantes da maior parte da vasta província sunita de Anbar e de áreas ao norte e leste da capital iraquiana.

Tropas do exército chegaram na periferia de Tal Afar, a oeste de Mossul, para reforçar as milícias xiitas sancionadas pelo Estado, que capturaram o aeroporto e estão se preparando para retomar a cidade, segundo dois altos oficiais da milícia que pediram para não serem identificados porque não estão autorizadas a falar com meios de comunicação.

Em Bagdá, quatro ataques de bomba separados atingiram áreas comerciais neste domingo, matando pelo menos 10 civis e ferindo 34, de acordo com a polícia e autoridades de saúde, que também falaram sob condição de anonimato. Fonte: Associated Press.

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