A Irlanda se tornou nesta quarta-feira, 21, o primeiro país da União Europeia (UE) a decretar um novo lockdown para conter a disseminação do coronavírus, no momento em que o continente, atingido pela segunda onda da pandemia, aumenta as restrições para conter o vírus da covid-19.
Na esperança de "celebrar o Natal de maneira adequada", nas palavras do primeiro-ministro Micheal Martin, os irlandeses deverão permanecer em casa por seis semanas, mas as escolas permanecerão abertas.
No Reino Unido, o País de Gales (que tem 3 milhões de habitantes) estará sujeito, a partir de amanhã, a um confinamento de duas semanas, a medida mais dura já adotada no país desde a primeira onda da doença.
Na Irlanda e no País de Gales, estabelecimentos comerciais não essenciais serão fechados. Além disso, os irlandeses poderão deixar suas casas apenas para se exercitar em um raio de cinco quilômetros de suas residências, sob pena de multas.
Na Inglaterra, reuniões de mais de seis pessoas já foram proibidas, e 28 milhões de pessoas ( metade da população), incluindo Londres, estão sujeitas a medidas ainda mais rígidas.
Na terça-feira, 20, Manchester, uma cidade de 2,8 milhões de habitantes no noroeste da Inglaterra, foi colocada em nível de alerta máximo. A medida significa o fechamento de bares e pubs que não servem comida e a proibição de reuniões com pessoas de casas diferentes. Yorkshire enfrentará as mesmas medidas a partir de sábado.
<b>Itália</b>
Os sinais também são vermelhos na Itália, onde a rica região da Lombardia – ao norte – e de Campânia – a sudoeste – estabelecerão toque de recolher a partir de hoje das 23 às 5 horas durante três semanas.
Primeiro país da Europa atingido pela pandemia, a Itália registra desde sexta-feira um aumento acentuado no número de contágios, com mais de 10 mil por dia. A Lombardia, seu coração econômico, é, mais uma vez, a mais afetada. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, estuda a possibilidade de aplicar nos fins de semana em todo o país um toque de recolher das 23 às 5 horas.
A situação é ainda pior na França, que na terça-feira registrou 163 novas mortes e mais de 20 mil novos casos. As grandes metrópoles, incluindo Paris, ou seja, 20 milhões de pessoas, estão sujeitas a um toque de recolher das 21 às 6 horas desde o fim de semana.
O toque de recolher também entrou em vigor na Eslovênia, na terça-feira: seus 2 milhões de habitantes não poderão sair entre 21 e 6 horas. Na República Checa, o governo anunciou um confinamento parcial: restrição de deslocamento, exceto para trabalho, compras e visitas médicas, fechamento de lojas e serviços.
A Rússia registrou 317 mortos em 24 horas, o maior número em um dia desde o começo da pandemia. Moscou acumula 377.017 casos de covid-19 e 6.121 mortes, 63 em 24 horas. Apesar do aumento do número de casos nas últimas semanas, as autoridades russas descartaram a possibilidade de adotar medidas drásticas como o lockdown ou a paralisação de setores econômicos.
A Alemanha registrou 7.595 novos casos em 24 horas, o segundo número mais elevado desde o início da pandemia, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia. O total de contágios é de 380.762, com 9.875 mortos. O ministro de Saúde, Jens Spahn, que testou positivo para covid-19, disse que não descarta a possibilidade de estender a outras partes do país as restrições adotadas em Berchtesgaden (sul), por causa da elevada incidência, com 262,4 novos contágios em cada 100 mil habitantes em uma semana. "É esse o enfoque que temos de ter, tomar medidas a nível federal, senão elas vão ser sempre adaptadas às situações. Estou certo que assim elas terão maior aceitação."
A pandemia já matou pelo menos 1.128.090 pessoas em todo mundo desde o final de dezembro, de acordo com um balanço da Universidade Johns Hopkins. Mais de 41 milhões de casos de infecção foram diagnosticados.
<b>Hospitais nos EUA começam a ficar lotados</b>
Nos EUA, os hospitais começam a ficar lotados por causa de um novo aumento de casos de covid-19, em um momento em que vários Estados estão registrando números recordes de hospitalizações e as autoridades se esforçam para encontrar leitos e funcionários da área de saúde adicionais. Vários médicos disseram que esse aumento de casos e hospitalizações é alarmante.
"Quando vemos que as internações estão aumentando, significa que já estamos com problemas", disse a epidemiologista Saskia Popescu, da Universidade George Mason. Os Estados Unidos lideram a lista de países afetados pelo coronavírus. Registraram mais de 8 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia e mais de 220 mil mortes. A média de casos em sete dias chegou a 60 mil, o maior número desde julho. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>