Pelo menos de mulheres, o cinema francês vai bem, obrigado. Além da eterna Catherine Deneuve, tem uma estrela como Marion Cotillard e uma atriz como Isabelle Huppert. Estão todas em cartaz nos cinemas da cidade. Deneuve em O Novo Dueto, Marion em Era Uma Vez em Nova York e Isabelle em Um Amor em Paris. É o melhor dos três (filmes). Isabelle reencontra seu diretor de Copacabana, Marc Fitoussi. Ambos estiveram no Brasil participando do Festival Varilux. Fizeram-se os maiores elogios mútuos. Isabelle revelou que está partindo para seu terceiro longa com Fitoussi.
Em 1991, Claude Chabrol fez de Isabelle Huppert a protagonista de sua adaptação do romance Madame Bovary. Quando foi publicado, o livro provocou escândalo e sofreu acusações de ofensa à moral e à religião. Para defender-se, o autor, Gustave Flaubert, prestou a célebre declaração – “Emma Bovary sou eu.” Dona de casa interiorana e insatisfeita. Isabelle volta ao papel em Um Amor em Paris. Casada com Jean-Pierre Darroussin, ela leva uma vida insossa, cuidando da casa e da fazenda na Normandia.
François Truffaut, nos anos 1980, fez A Mulher do Lado. Fitoussi faz o que não deixa de ser o carinha do lado. Isabelle conhece numa festa na casa ao lado um parisiense pra lá de charmoso. Pouco importa que seja mais jovem. Ela inventa uma consulta médica em Paris e vai atrás dele. O marido desconfia. Todos os caminhos levam a Paris. Isabelle, em busca de emoção (e liberdade). O marido, em busca da mulher. Mais do que Chabrol (e Flaubert), Fitoussi talvez emule o primeiro Federico Fellini (solo), Abismo de Um Sonho. Seu filme tem humor, é bem escrito (e realizado). E Isabelle é ótima como mulher em busca de um sonho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.