Internacional

Israel ataca alvos em Gaza em resposta a foguetes lançados contra Tel-Aviv

As Forças Armadas de Israel lançaram na noite desta quinta-feira, 14, pelo horário de Brasília, ataques aéreos contra posições na Faixa de Gaza horas após dois foguetes serem disparados do território palestino contra a cidade de Tel-Aviv. O disparo, efetuado durante a campanha eleitoral em Israel, surpreendeu os militares israelenses, que não detectaram o lançamento com antecedência.

As Forças de Defesa de Israel disseram, em comunicado nas redes sociais, que os bombardeios estavam sendo lançados contra alvos “terroristas” na Faixa de Gaza, sem dar mais detalhes sobre a operação.

Uma fonte do setor de segurança em Gaza disse que os bombardeios de caças israelenses provocaram graves danos em posições ocupadas por combatentes do Hamas e do grupo aliado Jihad Islâmica. Não havia informações sobre feridos. Aparentemente, as instalações tinham sido esvaziadas por precaução. Tanto o Hamas quanto a Jihad Islâmica negaram envolvimento nos disparos.

As Forças Armadas de Israel atribuíram o ataque ao Hamas, que desde julho de 2007 controla a Faixa de Gaza depois de vencer as eleições parlamentares palestinas de 2006 e expulsar as forças da facção Fatah do território depois de confrontos.

Segundo o prefeito de Tel-Aviv, Ron Huldai, um dos foguetes lançados de Gaza caiu no mar e o outro, nos arredores de Tel-Aviv, que fica a 70 quilômetros de Gaza. Um deles, ainda não está claro qual, foi derrubado pelo “Domo de Ferro”, o sistema antimísseis do país. Este foi o primeiro ataque contra Tel-Aviv desde a guerra de 2014entre Hamas e Israel.

O prefeito pediu aos moradores da cidade que continuassem com suas atividades normais, apesar do lançamento dos foguetes. “A vida continua”, disse. “Fiquemos calmos, mas alertas.”

No entanto, em um sinal do risco de escalada, sirenes soaram nas comunidades israelenses próximas ao território palestino, para que os moradores se protegessem. Após Israel desocupar militarmente a Faixa de Gaza, em 2005, e retirar os colonos judeus, as Forças Armadas israelenses bombardearam o território em 2008, 2012 e 2014. Esses ataques resultaram em milhares de mortos e causaram severos danos à infraestrutura local.

Em Gaza, uma delegação egípcia foi orientada a deixar o enclave diante do risco de retaliações. O Hamas também começou a desocupar prédios, já temendo bombardeios. Fontes do grupo garantiram que sua ala militar estava justamente reunida com os emissários egípcios, que tentam negociar um cessar-fogo entre o grupo e Israel, quando o ataque ocorreu.

No começo da semana, Israel atacou caminhões do Hamas no enclave depois de foguetes terem sido disparados contra o sul do país. Na ocasião, o premiê Binyamin Netanyahu alertou o grupo de que não hesitaria em reprimir ataques vindos do território, mesmo estando em plena campanha eleitoral, na qual o premiê tenta se manter à frente do governo, em meio a acusações de corrupção. “Sugiro que o Hamas não conte com isso”, afirmou. “Faremos o que for necessário para manter a segurança no sul do país.”

A Jihad Islâmica, outro grupo militante que atua em Gaza, também negou a autoria dos disparos. No território palestino, grupos salafistas inspirados pelo Estado Islâmico ganharam força nos últimos anos e também seriam suspeitos.

O ataque ocorre em meio a uma disputa pelo poder em Israel. No mês passado, o procurador-geral israelense, Avijai Mandelblit, anunciou a intenção de denunciar Netanyahu por suborno, fraude e tráfico de influência. Na campanha, o primeiro-ministro, no cargo desde 2009, tem enfrentado a oposição do general Benny Gantz, um centrista que lidera as pesquisas e pode destronar o Likud como o partido mais votado de Israel. As eleições estão marcadas para 9 de abril.

Brasil

O governo brasileiro condenou nesta quinta-feira “de forma veemente” o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza contra Tel-Aviv. “Nada pode justificar o disparo indiscriminado de foguetes contra centros urbanos, em ataques que têm como objetivo a população civil”, disse o Itamaraty em um comunicado. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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