Militares de Israel afirmaram nesta terça-feira, 18, ter "aprovado e validado" planos operacionais para uma possível ofensiva no Líbano, já que os meses de combates com o Hezbollah, a força paramilitar mais importante do mundo árabe, ameaçam se transformar em uma guerra total.
O comunicado militar não prometeu uma ofensiva israelense iminente no Líbano – qualquer plano ainda deve ser examinado pelos líderes de Israel. Mas parece indicar que, depois de meses de combates olho por olho, o exército quer mostrar que está preparado para uma ação mais dura. Os militares não especificaram o que os planos implicavam
O anúncio surge em um momento em que os Estados Unidos tentam mediar uma solução diplomática para o conflito transfronteiriço e evitar uma escalada. Amos Hochstein, conselheiro sênior do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniu-se com autoridades em Beirute nesta terça-feira, na tentativa de acalmar as tensões. Uma guerra entre os dois inimigos fortemente armados poderia ser devastadora para ambos os países e provocar baixas civis em massa. Acredita-se que o arsenal de foguetes do Hezbollah seja muito maior do que o do Hamas.
"A todos interessa resolver isso de forma rápida e diplomática e isso é factível e urgente", declarou Hochstein, considerando que a situação é "grave" e ressaltando que Washington quer evitar "uma guerra em grande escala".
<b>Hezbollah divulga fotos de Haifa</b>
Pouco antes do anúncio, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que o Hezbollah seria destruído no caso de uma "guerra total". Katz deu essas declarações depois que o Hezbollah divulgou imagens que, segundo o próprio movimento garantiu, foram feitas por um drone em Haifa, cidade portuária no norte de Israel.
"Estamos muito próximos do momento em que decidiremos mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano. Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será duramente atingido", disse Katz, de acordo com um comunicado de seu gabinete divulgado na rede X.
Ondas de fumaça provenientes de incêndios provocados por bombardeios israelenses em áreas florestais no sul do Líbano, em 15 de junho.
Ondas de fumaça provenientes de incêndios provocados por bombardeios israelenses em áreas florestais no sul do Líbano, em 15 de junho. Foto: Rabih DAHER/AFP
De acordo com o ministro israelense, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, "se vangloria hoje terça-feira de ter fotografado os portos de Haifa, operados por grandes empresas internacionais chinesas e indianas, e de ameaçar danificá-los".
No vídeo, que a AFP não conseguiu verificar de forma independente até o momento, o Hezbollah identifica locais como infraestruturas militares e energéticas, bem como instalações civis.
Israel e o Hezbollah têm trocado fogo ao longo da fronteira quase diariamente desde que a guerra em Gaza eclodiu em outubro. Na semana passada, a milícia xiita radical lançou centenas de drones e foguetes contra Israel, depois que o exército israelense matou um comandante sênior do grupo. Israel retaliou com fortes ataques em alvos do Hezbollah.
Ataques israelenses já mataram mais de 400 pessoas no Líbano, incluindo 70 civis. Do lado de Israel, 16 soldados e 10 civis morreram. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)