A vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, disse “esperar que a embaixada brasileira se mude para Jerusalém em janeiro”, logo depois que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, tome posse. A afirmação foi feita no domingo, 9, durante a conferência anual dos embaixadores do Ministério das Relações Exteriores , e relatada pelo jornal israelense Haaretz.
Hotovely, que é do Likud, partido do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, também afirmou que é importante “continuar a campanha para conseguir que mais embaixadas estrangeiras se mudem” para Jerusalém. “Em maio, marcaremos um ano desde a mudança da embaixada dos Estados Unidos para a capital, e temos uma janela histórica de oportunidade para trazer o maior número possível de embaixadas estrangeiras a Jerusalém”, disse ela, acrescentando: “o mundo é simples – nós tivemos apenas uma capital nos últimos 3.000 anos, e é Jerusalém”.
Alguns dias depois de vencer as eleições, Bolsonaro disse que pretende transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. “Como dito anteriormente durante nossa campanha, pretendemos transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós devemos respeitar isso”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Israel saudou a vitória, com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ligando para Bolsonaro para parabenizá-lo e dizendo estar confiante de que sua vitória “levará a uma grande amizade entre os dois povos e ao fortalecimento dos laços entre o Brasil e Israel”.
Trump reverteu abruptamente décadas de política americana no ano passado quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, gerando indignação dos palestinos e do mundo árabe e preocupação entre os aliados ocidentais de Washington. Após o reconhecimento, a embaixada dos EUA foi transferida de Tel Aviv para Jerusalém em maio.
Nesta quarta-feira, 12, o governo da Austrália deve reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, informou um relatório do Ministério das Relações Exteriores do país. A decisão foi tomada na semana passada e ratificada na terça-feira, 11, em uma reunião de gabinete do primeiro-ministro do país, Scott Morrison.
Não ficou claro se o governo australiano reconhecerá Jerusalém ou apenas Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, segundo um relatório. A embaixada, no entanto, não será transferida para a nova capital reconhecida, e um escritório consular será instalado na cidade. Fontes disseram ao jornal Haaretz que a razão pela qual a embaixada não será realocada é o custo, estimado em US$ 200 milhões.
O primeiro-ministro australiano disse a Netanyahu em outubro que estaria propenso a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir a embaixada para lá.
Morrison, um evangélico devoto e líder do Partido Liberal, assumiu o cargo em agosto. “Estou aberto a prosseguir com a mudança (mudar a embaixada) e fazer isso junto com os colegas do gabinete”, disse Morrison, segundo o Daily Telegraph.