Milhares de pessoas, a maioria judeus etíopes, protestaram em Tel-Aviv, em Israel, neste domingo contra o racismo e a brutalidade policial, fechando uma rodovia importante e entrando em confronto com a polícia montada durante a noite. A frustração na comunidade etíope de Israel aumentou quando surgiram imagens de um israelense etíope em uniforme do Exército sendo espancado pela polícia na semana passada.
O protesto foi em geral calmo durante o dia, mas, ao cair da noite, tornou-se violento, com pelo menos 20 policiais feridos e “vários manifestantes” presos, disse o porta-voz da polícia israelense Micky Rosenfeld. Os manifestantes bloquearam estradas no centro de Tel-Aviv, bem como uma importante autoestrada que leva à cidade durante o dia. Eles também marcharam pelas ruas, com alguns tocando apitos ou cantando “o lugar de policiais violentos é na cadeia”.
Este foi o segundo protesto do tipo, e apoiadores das manifestações dizem que elas vão continuar. O primeiro protesto ocorreu na semana passada em Jerusalém e também se tornou violento, mas em menor escala.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que se reunirá segunda-feira com representantes da comunidade e com o soldado espancado. Ativistas disseram em entrevista a canais de televisão israelenses que não querem que a violência aumente para o nível visto em Baltimore, nos Estados Unidos, onde a morte de um homem sob custódia da polícia provocou tumultos. Um homem segurava um cartaz: “Bibi, é melhor você não deixar Baltimore chegar a Israel”, referindo-se a Netanyahu por seu apelido.
O ministro da Segurança Pública de Israel, Yitzhak Aharonovich, disse ao Canal 2 que os oficiais flagrados nas imagens são “uma vergonha” e estão sendo investigados. Segundo ele, a força policial do Israel precisa “se autoinvestigar”, e novas ações precisam ser adotadas para ajudar a comunidade etíope. Fonte: Associated Press.