Estadão

Israel mata um dos líderes do Hezbollah e mais 6 em ataque no sul do Líbano

Wissam al-Tawil, uma das mais importantes autoridades militares do Hezbollah, morreu nesta segunda-feira, 8, em um ataque de Israel no sul do Líbano. Tawil estava dentro de um SUV Honda, durante um bombardeio que matou outras seis pessoas na aldeia de Kherbet Selm, a cinco quilômetros da fronteira.

O líder militar desempenhava um papel importante na direção das operações militares no sul do Líbano e era comandante das Forças Radwan, de elite do Hezbollah. Os militares israelenses não comentaram o ataque, que ocorre em meio a alertas dos EUA e da Europa sobre o risco de a guerra em Gaza se espalhar para outros países do Oriente Médio.

O risco aumentou ainda mais depois da morte do número dois do Hamas, Saleh al Arouri, durante um ataque com drone de Israel no subúrbio de Beirute, na semana passada. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu vingança e disse que o norte de Israel seria a primeira região a sentir o impacto da morte de Arouri.

No domingo, o Exército de Israel atingiu posições do Hezbollah no Líbano e estava pronto para atacar mais alvos do grupo xiita. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, os militares israelenses estão focados em destruir as Forças Radwan, que pretendem se infiltrar em Israel pela fronteira norte.

<b>Realidade</b>

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzl Halevi, disse que manterá a pressão sobre o Hezbollah. Se esses esforços fracassassem, segundo ele, Israel está pronto para travar "outra guerra". "Vamos criar uma realidade completamente diferente, ou teremos uma outra guerra", afirmou Halevi.

Israel e Hezbollah parecem ter entrado em uma espiral de violência. Os ataques de domingo foram uma retaliação aos disparos do Hezbollah que danificaram uma base militar israelense no sábado. O grupo xiita libanês, apoiado pelo Irã, é um aliado do Hamas e vem realizando ataques de pequena escala na fronteira norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, há três meses.

Nos últimos dias, o grupo intensificou os ataques a Israel em virtude da morte de Arouri em Beirute. O lançamento de foguetes contra a base israelense, a Unidade de Controle Aéreo do Norte, no Monte Meron, causou estragos significativos, segundo relatos da mídia israelense, mas ela ainda está operando "e foi reforçada com sistemas adicionais", segundo Hagari.

O risco é que a guerra em Gaza atraia para o conflito grupos aliados do Irã, como o Hezbollah, a milícia houthi, no Iêmen, e as facções xiitas que operam no Iraque, além do governo alauita da Síria, também aliado de Teerã.

Há algumas semanas, os houthis iniciaram uma campanha contra navios no Mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel. Os EUA atingiram alvos no Iraque, enquanto Israel vem realizando assassinatos direcionados na Síria e no Líbano.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Oriente Médio para reduzir o risco de uma guerra expandida. Nos últimos dias, ele se reuniu com líderes de Turquia, Jordânia e Catar – e deve se encontrar ainda com diplomatas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

<b>Queda de braço</b>

Ontem, Blinken disse que os palestinos "não deveriam ser pressionados a deixar Gaza". "Os civis devem voltar para casa assim que as condições permitirem", disse o secretário de Estado, no Catar. "Eles não podem e não devem ser pressionados a deixar Gaza."

A declaração é uma resposta a alguns ministros israelenses que recentemente se manifestaram em favor de "incentivar" os palestinos a saírem da Faixa de Gaza para que Israel possa restabelecer os assentamentos no enclave, embora essa não seja a política oficial do governo do premiê, Binyamin Netanyahu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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