A cidade costeira de Aqaba, no sul da Jordânia, foi a sede neste domingo de uma rara reunião de altos comissários de segurança dos Estados Unidos, Israel e Palestina, voltada a buscar meios de conter o avanço dos conflitos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém antes do início do Ramadã (mês sagrado muçulmano), no fim de março. A reunião multilateral também incluiu autoridades egípcias, segundo reportagem do <i>The Wall Street Journal</i>.
O ano passado foi um dos períodos mais violentos na Cisjordânia ocupada em quase duas décadas. A cooperação para a segurança entre Israel e a Autoridade Palestina se desgastou com ataques israelenses em territórios administrados pelos palestinos, que autoridades israelenses alegam ser uma resposta a ofensivas palestinas.
A delegação israelense incluiu o chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, o chefe do serviço de segurança interna do país e o contato do exército israelense com os palestinos. Quatro conselheiros próximos ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também compareceram, segundo uma autoridade palestina. Hanegbi disse que "há espaço para um diálogo com os palestinos", durante conferência na semana passada em Jerusalém sobre a contenção das operações israelenses no interior das áreas palestinas.
Durante o encontro em Aqaba, dois israelenses ficaram gravemente feridos em um ataque a tiros em uma cidade palestina no norte da Cisjordânia, conforme o governo israelense. Nenhum grupo militante assumiu imediatamente a responsabilidade, mas um porta-voz do Hamas, grupo designado pelos EUA para governar Gaza, afirmou que "a resistência na Cisjordânia permanecerá e crescerá". "Nenhum plano ou cúpula pode detê-la", disse.
No sábado, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ligou para o também secretário de Defesa israelense, Yoav Gallant, e "encorajou a redução das tensões na Cisjordânia", segundo comunicado do Pentágono.
Em Aqaba, autoridades palestinas disseram que exigiriam de Israel a suspensão dos ataques militares frequentes às cidades palestinas e a interrupção da construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia.
Desde o início do ano, ao menos 60 palestinos, a maioria militantes e alguns civis, de acordo com autoridades israelenses, e dez civis israelenses e um policial, foram mortos na onda de violência na região. Grupos de oposição palestinos, incluindo o Hamas, criticaram a decisão de Abbas de participar do encontro. O partido Fatah, de Abbas, afirmou que considera a reunião necessária para "tomar decisões difíceis e assumir a responsabilidade" para evitar mais vítimas palestinas.
Fonte: Dow Jones Newswires.