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Itália: Eleitores de Lombardia e Veneto votam para decidir sobre maior autonomia

Eleitores de Lombardia e Vêneto, regiões ricas do norte da Itália, participaram de plebiscito para decidir se desejam maior autonomia de Roma. A vitória do “sim” daria aos presidentes das regiões mais poder em negociações para buscar aumento da participação na receita tributária e assumir algumas responsabilidades atualmente atribuídas ao governo central. Os líderes querem mais poder em áreas como segurança, imigração, educação e meio ambiente.

Diferentemente do que aconteceu na Catalunha, os plebiscitos não buscam independência e foram aprovados pelo tribunal constitucional da Itália. Ainda assim, a votação é uma ameaça poderosa à autoridade de Roma. Juntas, as regiões de Veneto e a Lombardia representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da Itália, e cerca de um quarto do eleitorado do país.

“Uma página da história está sendo escrita”, disse o presidente do Veneto, Luca Zaia, ao votar na província de Treviso, ao norte de Veneza. “O Veneto não será o mesmo de antes.”

O presidente da Lombardia, Roberto Maroni, disse que o plebiscito representa uma “ocasião histórica” para os dois líderes, que buscam “maiores responsabilidades e recursos”.

No Veneto, 52% dos 4 milhões de eleitores votaram. O comparecimento é suficiente para validar o resultado do plebiscito. Na Lombardia, onde não foi estabelecido um quórum, o comparecimento foi menor, ficando acima de 30% dos 8 milhões de eleitores. Maroni esperava um comparecimento acima dos 34%.

As duas regiões são governadas pelo partido Liga Norte, que é contra a imigração e a União Europeia. O presidente do partido, Matteo Salvini, disse que vai buscar autonomia independentemente do comparecimento, contanto que o “sim” vença. “Não importa o que aconteça, se alguns milhões de eleitores nos derem a autoridade, vamos negociar amanhã com o governo central”, disse.

As duas regiões querem mais autonomia em questões como controle fiscal, imigração e segurança, que estão além do escopo definido pela constituição. “Não acho que seja possível”, disse o cientista político Paolo Natale, da Universidade de Milão. “Será difícil para o Estado aceitar que eles assumam o controle de políticas de educação e segurança. A administração de políticas de imigração deve ser feita em nível nacional.”

A constituição italiana já garante diferentes níveis de autonomia para cinco regiões da Itália em reconhecimento ao seu status especial: Trentino-Alto Ádige, onde boa parte da população fala alemão; Aosta, onde a maioria fala francês; as ilhas de Sardenha e Sicília; e Friul-Veneza Júlia, por fazer fronteira com a então Iugoslávia durante a Guerra Fria. Fonte: Associated Press.

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