Autoridades italianas enviaram um grupo de imigrantes eritreus em um voo fretado para a Suécia nesta sexta-feira, no início de um bastante contestado plano da União Europeia para redistribuir pela região os candidatos a asilo, diante do caótico fluxo de pessoas que chegam ao continente.
Autoridades da Itália e da União Europeia enviaram um grupo de 19 imigrantes da Eritreia que concordaram em se mudar para a Suécia, no primeiro passo do plano para dividir as responsabilidades pelos refugiados que têm chegado à Europa nos últimos dois anos. “Esta é uma jornada de esperança”, disse Dimitris Avramopolous, comissário da UE para a Imigração e Interior, em uma breve cerimônia para marcar a partida do aeroporto Ciampino, em Roma. “É o primeiro passo, mas vamos adiante.”
Em setembro, após um debate duro, a UE concordou com um plano obrigatório para transferir 120 mil candidatos a asilo da Itália e da Grécia para outros países do bloco. Isso se soma a uma iniciativa anterior, voluntária, para redistribuir um total de 40 mil pessoas.
Mais de 500 mil pessoas chegaram à Itália e à Grécia em busca de refúgio neste ano. Nos últimos meses, houve caos e tensão, enquanto centenas de milhares de imigrantes se movimentavam pela Europa em busca de destinos como a Alemanha e os países da Escandinávia, muitas vezes correndo sérios perigos.
O sucesso dos primeiros planos para realocar os imigrantes pode ser decisivo para saber se a iniciativa pode ser expandida. O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, disse que outros 100 imigrantes deixarão a Itália nas próximas semanas, para países que incluem a Alemanha e a Holanda. A Europa “não significa apenas crises orçamentárias, problemas financeiros, crise de imigração”, disse o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, em entrevista à imprensa. “Ela também sabe como resolver esses problemas.”
Ainda em outubro, um grupo de cerca de 30 sírios será realocado da Grécia para Luxemburgo, segundo o comissário da UE. O programa inclui apenas aqueles com grandes chances de conseguir asilo – na prática, os oriundos de Eritreia, Síria e Iraque.
Os países do Leste Europeu integrantes da UE resistem a receber imigrantes. Quatro nações, Hungria, Eslováquia, República Checa e Romênia, se recusaram a apoiar o plano. Apesar de votar contra a iniciativa, Hungria, República Checa e Romênia acabaram decidindo participar, enquanto a Eslováquia pretende contestar legalmente o plano. Fonte: Dow Jones Newswires.