Economia

Itaú e CorpBanca mudam termos da fusão no Chile

O atraso na concretização da fusão do Itaú Unibanco no Chile (BIC) com o chileno CorpBanca, controlado pela família Saieh, deve encarecer ainda mais os custos da operação, superando o patamar esperado pelo banco brasileiro no fechamento da transação, em janeiro do ano passado, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Com dificuldade em chegar a um consenso, o Itaú anunciou novos ajustes nos benefícios adicionais oferecidos aos acionistas do CorpBanca e postergou o prazo para concluir o negócio, que passou de 29 de janeiro de 2016 para 2 de maio.

O banco divulgou ontem (3) um aditivo de contrato elevando o pagamento do dividendo adicional oferecido. Para garantir que os acionistas que detêm ao menos dois terços das ações do CorpBanca votem a favor da fusão com o BIC, o Itaú propôs o pagamento de um dividendo adicional à fatia de 50% do lucro de 2014 de cerca de US$ 395 milhões, acima dos US$ 300 milhões propostos anteriormente. Tal elevação consome quase totalmente os primeiros US$ 100 milhões antes de impostos de sinergia que o Itaú espera ter anualmente após concluir a operação.

Dividendo especial. Além disso, o Itaú propôs o pagamento de um dividendo especial, de cerca de US$ 5 milhões, quando o CorpBanca distribuir os dividendos relativos ao lucro de 2015. Já o BIC, que também teve aprovada a distribuição de 50% do lucro de 2014, vai conceder cerca de US$ 43,5 milhões aos acionistas, reduzindo a cifra esperada em US$ 27 milhões.

“Como o aditivo de contrato não contemplou regras para distribuição de dividendos do BIC e do CorpBanca para o exercício de 2015, será permitido que o BIC e o CorpBanca distribuam aos seus respectivos acionistas em 2016 até 50% do lucro obtido por cada banco no exercício de 2015”, informou o Itaú, em fato relevante.

Essas alterações, porém, estão condicionadas à realização da assembleia geral extraordinária de acionistas do CorpBanca que deve acontecer até 30 de junho, na qual será deliberada a fusão entre BIC e o banco chileno, e ao laudo preparado pela KPMG, em 29 de abril.

Neste documento, ficou concluído, com base no valor relativo dos bancos, que a adequada relação de troca resultaria em uma participação de 31,9% do Itaú Unibanco no capital do Itaú CorpBanca.

Com base no laudo e para preservar a participação acionária originalmente acertada, de 33,58%, é que o Itaú decidiu oferecer benefícios adicionais aos acionistas do CorpBanca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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