Economia

Itaú: inadimplência acima de 90 dias sobe para 3,9% no 1º trimestre

O índice de inadimplência do Itaú Unibanco, considerando atrasos acima de 90 dias, subiu 0,4 ponto porcentual em março ante dezembro, para 3,9%. Em um ano, quando estava em 3,0%, o indicador teve piora de 0,9 p.p.

O aumento dos calotes no período foi impulsionado, principalmente, pelas pessoas jurídicas, cujo indicador acima de 90 dias cresceu 0,5 p.p., de 1,9% em dezembro para 2,4% em março. Em 12 meses, o aumento foi de 0,6 p.p. Já a inadimplência das pessoas físicas foi a 5,6% no primeiro trimestre ante 5,4% no trimestre anterior e 4,5% em um ano. “Desconsiderando-se o efeito da variação cambial, o crescimento da inadimplência 90 dias no trimestre seria de 0,3 ponto porcentual”, destaca o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Segundo a instituição, o índice de inadimplência acima de 90 dias da carteira de grandes empresas atingiu 1,3% com aumento de 0,3 p.p. O banco informa ainda que não houve impacto significativo da variação cambial neste indicador em relação ao trimestre anterior. Já o calote da micro, pequenas e médias empresas teve alta de 0,7 p.p. (ou 0,6 p.p. sem o efeito da variação cambial) ante dezembro de 2015 e atingiu 4,3% ao final de março de 2016.

A inadimplência de curto prazo, medida pelo saldo das operações com atraso entre 15 e 90 dias, teve alta de 0,5 p.p. ante dezembro. Na pessoa física, o indicador teve piora de 0,4 p.p., impactado, principalmente, pelas linhas de crédito pessoal e cartão de crédito, em decorrência do efeito da sazonalidade típica do período.

No indicador de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 0,5 p.p. em relação ao trimestre anterior, principalmente pelo aumento nos setores de indústria e comércio e serviços.

Provisões

As despesas com provisões para devedores duvidosos do Itaú, as chamadas PDDs, totalizaram R$ 7,231 bilhões de janeiro a março, cifra 18,2% maior ante o trimestre anterior de R$ 6,116 bilhões. O aumento de R$ 1,115 bilhão ocorreu, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, devido em parte ao “reforço da provisão genérica para grupos econômicos específicos, em função do cenário econômico desafiador”. Na divisão por segmento, a despesa com PDD do atacado do Itaú aumentou em R$ 1,413 bilhão de dezembro para março enquanto a do varejo reduziu em R$ 298 milhões.

O banco não cita nome de clientes. Na sexta-feira passada, a Sete Brasil entrou com pedido de recuperação judicial. O Itaú tem a segunda maior exposição à empresa entre os grandes bancos, conforme documento obtido pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado., com um total de quase US$ 563 milhões (R$ 1,982 bilhão).

“Além disso, as receitas com recuperação de créditos baixados para prejuízo reduziram-se 44,0% (R$ 652 milhões), devido ao efeito positivo no trimestre anterior relativo à reestruturação de uma operação de grupo específico do segmento de grandes empresas, que havia sido baixada como prejuízo”, acrescenta o banco.

Em um ano, quando estavam em R$ 5,515 bilhões, as despesas com calotes do Itaú cresceram 31,1%.

O saldo de PDDs da instituição totalizou R$ 36,036 bilhões nos três primeiros meses deste ano, elevação de 5,7% ante os três meses anteriores, de R$ 34,078 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 28,354 bilhões, a elevação chegou a 27,1%.

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